Terça-feira, 28 de outubro de 2025

Governadores de direita silenciam sobre encontro de Lula e Trump

Os governadores de direita que criticaram a postura do governo brasileiro em relação ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos optaram pelo silêncio após o encontro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, na Malásia, para a negociação de um acordo. Com seus estados afetados, eles criticaram o petista ao longo dos últimos meses, evitando direcionar a culpa ao mandatário americano, e afirmaram que o Brasil deveria priorizar as tratativas comerciais em vez de exaltar discursos voltados para a soberania nacional.

Após a reunião com Trump, o presidente Lula declarou, na manhã desta segunda-feira, que está “muito otimista” com as negociações e “convencido de que em poucos dias teremos uma solução”. O presidente americano, logo depois, surpreendeu ao desejar feliz aniversário para o brasileiro, definido por ele como um “cara muito vigoroso”, e afirmou que ambos tiveram uma “ótima reunião”.

Presidenciáveis

Em julho deste ano, antes das sanções econômicas entrarem em vigor, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Ronaldo Caiado (União), de Goiás, e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, afirmaram que o governo não estava interessado em negociar com Trump e tem errado em apostar em um discurso sobre defesa da autonomia brasileira.

Ratinho declarou que era “uma falta de inteligência” não negociar com os EUA, enquanto Caiado ressaltou que Lula “não tem o menor preparo para o governar o país” e deveria “utilizar a chancelaria” brasileira para avançar na mitigação do tarifaço. Em um aceno ao empresariado local, o goiano propôs uma linha de crédito para mitigar efeitos das tarifas, iniciativa também adotada por Tarcísio e Ratinho.

Tarcísio, por sua vez, tentou negociar por conta própria com aliados americanos. As movimentações feitas por ele, no entanto, provocaram um atrito com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atua nos EUA para articular sanções contra o Brasil. Os dois, contudo, teriam se resolvido em seguida após uma “longa conversa”, disse Eduardo em um post publicado em suas redes sociais.

Em outra toada, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), chegou a dizer que Eduardo “acabou criando um problema para a direita” com sua articulação junto ao governo Trump. O vice de Zema, Mateus Simões (PSD), também disse estar “muito preocupado” com o impacto do tarifaço em setores como mineração e agricultura.

Outros gestores

Já o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), chegou a minimizar a ação de Trump, dizendo que “o povo faz alarde meio de graça”. Depois, em nota, argumentou não ter tomado qualquer medida “porque a própria efetivação da tarifa ainda depende de desdobramentos”.

Mauro Mendes (União), governador de Mato Grosso, classificou como “altamente reprováveis” as críticas de Eduardo a governadores que tentaram negociar o fim do tarifaço. Mendes, que também criticou o que chamou de “piadinhas” de Lula, alegou que o governo americano “está muito equivocado” e “não tem motivos econômicos” razoáveis para impor a taxação.

Em meio às medidas e tons distintos, o pastor Silas Malafaia, um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), publicou um vídeo ainda às vésperas do tarifaço para criticar a postura de Tarcísio, Caiado e Ratinho Jr. À época, segundo o pastor, embora os governadores tenham feito críticas ao presidente Lula, eles não se posicionam contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um “dos principais motivos”, junto ao petista, que causaram as sanções impostas aos produtos brasileiros pelos Estados Unidos. Com informações do portal O Globo.

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