Quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de outubro de 2025
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), pediu ao governo federal dez vagas em presídios federais de segurança máxima e recebeu a autorização para a transferência de presos que lideram organizações criminosas no Rio. O pedido foi feito na tarde desta terça-feira (28) e já foi autorizado pelo governo federal.
O governador Cláudio Castro queria viajar ao Distrito Federal para discutir a crise de segurança, mas a avaliação em Brasília foi de que ele deveria permanecer no Estado.
Foi decidido que os ministros Rui Costa, da Casa Civil; Ricardo Lewandowski, da Justiça; e o diretor-executivo da Polícia Federal, William Murad, irão ao Rio de Janeiro na quarta-feira (29) para discutir ações conjuntas de inteligência.
O governo federal fez uma reunião no fim da tarde desta terça-feira (28) no Palácio do Planalto para tratar da megaoperação policial no estado do Rio de Janeiro que deixou pelo menos 64 mortos. O encontro durou cerca de uma hora.
A reunião foi convocada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin. Participaram também os ministros Rui Costa (Casa Civil), Sidônio Palmeira (Secom), Gleisi Hoffman (Relações Institucionais) e Jorge Messias (AGU), além de representantes dos ministérios da Justiça, da Defesa e da Polícia Federal.
O presidente Lula está em voo e não participa da reunião. Ele embarcou na noite desta segunda-feira (27) na Malásia e a previsão é que desembarque em Brasília ainda na noite desta terça.
A ofensiva trata-se de mais uma etapa da Operação Contenção, uma iniciativa permanente do governo do Rio no combate ao avanço do CV por territórios fluminenses.
Pelo menos 2.500 agentes das forças de segurança saíram para cumprir quase 100 mandados de prisão. Na chegada das equipes, ainda no fim da madrugada, traficantes reagiram a tiros e com barricadas em chamas. Um vídeo mostra quase 200 disparos em 1 minuto, em meio a colunas de fumaça.
A Polícia Civil afirmou ainda que, em retaliação, criminosos lançaram bombas com drones. Outros fugiram em fila indiana pela parte alta da comunidade, em uma cena semelhante à disparada de bandidos em 2010, quando da ocupação do Alemão.
Entenda
Em uma entrevista coletiva sobre a operação, o governador Cláudio Castro (RJ) afirmou que estava “sozinho”, em referência ao que chamou de falta de ajuda da União. Ele afirmou que, em diversas vezes ao longo do ano, solicitou empréstimos de veículos blindados das Forças Armadas.
Segundo Castro, o pedido não foi atendido, porque o governo federal dizia que, para isso, era preciso um decreto da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) por parte da Presidência da República.
Segundo Castro, Lula é contra decretar GLO para as Forças Armadas atuarem nos Estados.
“Tivemos pedidos negados 3 vezes: para emprestar o blindado, tinha que ter GLO, e o presidente [Lula] é contra a GLO. Cada dia uma razão para não estar colaborando”, queixou-se Castro.