Quinta-feira, 05 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 5 de abril de 2022
O Ministério de Minas e Energia (MME) afirma que ainda busca nomes que “preencham o perfil” para ocupar os cargos de presidente da Petrobras e de presidente do Conselho de Administração da empresa.
O consultor Adriano Pires anunciou ter desistido do cargo de CEO da estatal, por conflitos de interesses. No domingo (3), o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, também desistiu de assumir o Conselho da companhia pelos mesmos motivos.
“O governo está definindo os profissionais que preencham o perfil para ocupar os cargos de Presidente da Petrobras e o de Presidente do Conselho de Administração da empresa. Quando esses nomes forem definidos, eles serão devidamente informados”, disse o MME, em nota.
O ministro Bento Albuquerque se reuniu nessa terça-feira (5) com o presidente Jair Bolsonaro para tratar do assunto. Caberá a Bolsonaro “bater o martelo” sobre o assunto.
Albuquerque chegou a convidar o ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP) Décio Oddone para o cargo de presidente, mas ele recusou, de acordo com interlocutores do governo.
Ao longo dessa terça, diversos nomes foram cogitados em Brasília (DF), mas ainda não há uma definição nem para a presidência da Petrobras, nem para o Conselho de Administração da estatal.
Busca
Há uma série de dificuldades esta tomada de decisão, especialmente a instabilidade causada pela proximidade do período eleitoral e a forma como Bolsonaro vem tratando os presidentes da empresa. O presidente já demitiu dois chefes da Petrobras por insatisfação diante da alta dos combustíveis.
Por isso, diversos executivos do setor dizem que será difícil encontrar um nome do setor privado que tome assumir a petroleira. Assim, uma corrente no governo defende que nomes que já façam parte do Conselho de Administração ou que já estejam na companhia sejam convidados para os cargos.
Uma outra ala do governo defende, porém, o nome do secretário especial de Desburocratização, Gestão de Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade. Ele não é especialista no setor de óleo e gás e nem tem experiência no assunto. Por isso, não é o preferido de Albuquerque.
O assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes, porém, tem trabalhado para assumir a Petrobras, de acordo com integrantes do governo. Ele foi cotado na primeira leva, quando Bolsonaro decidiu demitir o general Joaquim Silva e Luna, mas Albuquerque preferiu Adriano Pires.
Paes de Andrade tem formação em comunicação social pela Universidade Paulista, pós-graduação em administração e gestão pela Universidade de Harvard e é mestre em administração de empresas pela Universidade Duke, nos Estados Unidos.
Foi ex-presidente da estatal Serpro, de processamento de dados, o que conta como positivo para o seu currículo. Também por já fazer parte do governo, não precisaria se descompatibilizar e nem vender empresas num curto espaço de tempo, como qualquer outro nome do setor privado precisaria fazer.