Quinta-feira, 10 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 9 de julho de 2025
O Governo do Rio Grande do Sul, por meio da Sema (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura), iniciou o trabalho de campo da batimetria no Guaíba. O barco equipado com ecobatímetro e GPS, iniciou a navegação às 9h desta quarta-feira (9).
Milton Dupont, engenheiro civil e um dos sócios do consórcio responsável, explicou que os equipamentos integrados fornecem a posição e a cota do fundo do lago a cada dois metros. “Isso permite fazer o desenho da calha em toda a sua extensão”, afirmou Dupont.
O trabalho foi acompanhado pelas equipes técnicas da Sema que atuam no âmbito do projeto Desassorear RS (Eixo 2), que integra as estratégias do Plano Rio Grande, o programa de Estado liderado pelo governador Eduardo Leite para reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro. Além de parte do Guaíba, o consórcio irá mapear o leito do Delta do Jacuí e dos rios Caí, Sinos e Gravataí.
“Dentro do Plano Rio Grande, o Estado já está fazendo o desassoreamento nos pequenos recursos, o que vem ajudando nas inundações principalmente com efeito local. Para os recursos de grande porte, precisamos da batimetria, que é a medição do leito dos rios, para identificar se existem acúmulos de sedimento que estejam prejudicando o escoamento das águas. Esse estudo é fundamental pra que possamos ter efetividade na ação e avaliar se a dragagem terá efeito em um possível represamento”, garantiu Marjorie Kauffmann, secretária da pasta.
Monitorando a profundidade do Guaíba
A batimetria é essencial para subsidiar os estudos que irão identificar possíveis pontos críticos de acúmulo de sedimentos e outras alterações no leito do lago, além de ser fundamental para melhorar o sistema de alerta de inundação por meio de modelagem hidrodinâmica, que simula com maior precisão o comportamento do fluxo de água durante eventos extremos. O levantamento total será feito em 2.589 quilômetros de extensão.
Investimento nos grandes rios
A ação ocorre após ordem de início assinada em 30 de maio e conclusão do plano de trabalho. O investimento será de R$ 45,9 milhões, voltados aos rios de grande porte. O Estado poderá iniciar as análises da batimetria assim que os levantamentos parciais das empresas forem sendo recebidos.
“A batimetria e a dragagem são importantes, mas não são a solução definitiva. As ações integram um conjunto de projetos previstos no Plano Rio Grande, sob o comando do governador Eduardo Leite, para tornar o Estado mais resiliente e adaptado. Nós temos que pensar em soluções diferentes pra territórios diferentes, porque estamos falando de um momento climático que é a nível mundial. O que devemos fazer como sociedade e como espécie humana é nos adaptarmos a esta realidade”, finalizou a secretária.
Planejamento iniciou no ano passado
Desde o ano passado, muito antes da etapa do trabalho em campo que iniciou nesta semana, a realização da batimetria no Guaíba e nos grandes rios vem vencendo várias etapas necessárias.
A abertura do chamado PROA (processo administrativo que oferece uma gestão mais ágil, transparente e eficiente dos processos do Estado) ocorreu já em 15 de julho, logo após o governo do Estado ter garantido a prioridade à vida das vítimas da histórica enchente de 2024.