Domingo, 18 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 18 de maio de 2025
O economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, afirmou que o governo brasileiro agiu de maneira correta no caso da gripe aviária, que foi registrado, pela primeira vez, em uma granja comercial do Brasil.
Em entrevista ao canal por assinatura CNN Brasil, o economista da Farsul analisou os impactos econômicos da doença no País. Segundo ele, a reação foi positiva não apenas do governo federal, mas também da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
“Nós somos muito bem equipados para momentos como esse”, destacou Luz, lembrando que o mundo convive com a gripe aviária desde 2006.
O economista ressaltou a seriedade e o respeito internacional do Brasil no setor avícola. “Nós somos o maior exportador de carne de frango do mundo. Só para termos uma ideia, o segundo e o terceiro maiores exportadores, que são os Estados Unidos e a União Europeia, somados, não atingem o tamanho da exportação brasileira”.
Antônio da Luz também elogiou a transparência do governo ao lidar com a situação. “A primeira coisa é levantar a mão, dizer que tem o problema”. Ele acredita que, devido aos cuidados tanto no meio empresarial quanto na parte sanitária do Brasil, os mercados serão reabertos rapidamente.
O especialista ainda mencionou que o Brasil exporta cerca de 30% de sua produção de frango, ressaltando a importância do país no mercado global. Apesar do otimismo em relação à gestão da crise da gripe aviária, Luz lamentou que o Rio Grande do Sul enfrente mais um desafio, após uma série de problemas climáticos nos últimos anos.
Ovos rastreados
O Mapa informou ter rastreado todos os ovos para incubação fornecidos pela granja onde ocorreu o primeiro caso de vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP).
O destino desses ovos são incubatórios localizados em Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério, já foram adotadas as medidas de saneamento definidas no plano de contingência para influenza aviária e doença de Newcastle.
Entre as ações previstas está a destruição desses ovos. O governo de Minas Gerais determinou o descarte de 450 toneladas de ovos fecundados e demais materiais envolvidos, como medida preventiva.
“A iniciativa mostrou-se necessária para manter o controle sanitário, seguindo planos prévios para possíveis ocorrências do tipo, garantindo contenção e erradicação da doença e a manutenção da capacidade produtiva do setor”, informou o governo estadual em comunicado oficial.
O Mapa ressalta que não há comprovação de contaminação nesses ovos, e que adotou “todas medidas necessárias para proteção da avicultura nacional”.
O primeiro caso de vírus da influenza IAAP em um matrizeiro de aves comerciais foi confirmado esta semana no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Em nota, a pasta destacou que a doença não é transmitida pelo consumo de carne nem de ovos.
Desde o anúncio do primeiro caso de IAAP no país, China, União Europeia e Argentina suspenderam as importações de carne de frango brasileira, inicialmente por um prazo de 60 dias. Apesar do foco ser regional, as restrições comerciais, no caso da China e do bloco europeu, abrangem todo o território nacional, por exigências previstas em acordos comerciais com o Brasil.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, desde 2006, casos de IAAP vêm sendo registrados em diversas partes do mundo, sobretudo na Ásia, na África e no norte da Europa.