Domingo, 28 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de setembro de 2025
Integrantes do governo federal pregam cautela nas negociações para uma reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, a fim de discutir a sobretaxa de 50% imposta pelos norte-americanos aos produtos brasileiros.
No Palácio do Planalto e no MRE (Ministério das Relações Exteriores), avalia-se que seria mais prático e prudente um primeiro contato por telefone ou vídeo para depois os presidentes terem uma reunião presencial.
O encontro presencial não está descartado, porém, há dificuldade das agendas. Visitas de presidentes costumam exigir meses de negociação entre os países. Outra hipótese seria uma reunião em outro país.
A possibilidade de um encontro entre Lula e Trump foi anunciada na terça-feira (23) pelo líder americano durante na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York. Na ocasião, Donald Trump disse que acertou uma conversa na próxima semana, o que ainda não foi confirmado pelos dois governos.
O presidente norte-americano discursou logo após a fala de Lula, e os dois tiveram um pequeno contato, no qual se cumprimentaram e concordaram em conversar. Segundo Trump, houve uma boa “química” entre Lula e ele.
Lula afirmou após o encontro que “aquilo que parecia impossível deixou de ser impossível e aconteceu” sobre encontro com Donald Trump durante a Assembleia Geral da ONU e que “pintou uma química mesmo” com o presidente dos Estados Unidos.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou na sexta-feira (26) que o possível encontro entre Lula e Trump seria “marco fundamental”. “Encontro com Lula e Trump é marco fundamental. A mensagem de Trump foi importante. Deve ter novos desdobramentos. Defendemos diálogo e negociação”, disse.
Contato em negociação
Segundo fontes do governo brasileiro, até o momento não estão definidos data, formato e local da conversa entre os dois presidentes. A diplomacia brasileira considera um telefonema ou videochamada a forma mais rápida para viabilizar o contato, já que não exige viagens e facilita casar as agendas dos presidentes.
Para auxiliares, a estratégia permitiria a Lula e Trump tirarem dúvidas e identificarem pontos de convergência e divergência na negociação comercial. Eles também poderiam estabelecer aos poucos uma relação de confiança.
Em outubro, Lula tem viagens previstas para Itália, Indonésia e Malásia. No final do mês, há possibilidade de Trump ir à Malásia para cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), evento que terá a participação de Lula.