Sexta-feira, 30 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de maio de 2025
O Ministério da Agricultura confirmou, nesta quarta-feira (28), um novo foco de gripe aviária de alta patogenicidade na cidade de Montenegro (RS), distante cerca de 50 quilômetros de Porto Alegre. Dessa vez, o caso acometeu uma ave silvestre, da espécie João de Barro, que não traz reflexos para a avicultura comercial da região. É o segundo foco da doença no local.
Ainda que os impactos comerciais sejam limitados, o número de casos da doença no Brasil segue crescendo. Agora, o país soma 170 focos de gripe aviária, sendo 166 detectados em aves silvestres, três em animais de subsistência e uma granja de produção comercial, também em Montenegro.
De acordo com o mapa do Ministério da Agricultura, atualizado às 13h desta quarta, sete suspeitas de gripe aviária de alta patogenicidade estão sob investigação. Uma delas em granja comercial, no município gaúcho de Anta Gorda. Depois da confirmação do primeiro caso da doença em Montenegro, 24 destinos de exportações de carne de frango do Brasil restringiram as compras.
Nesta quarta-feira, em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o governo já iniciou os contatos com os importadores para reduzir os embargos. “Quando completar os 28 dias [de vazio sanitário para incubação do vírus], nosso foco será na liberação total dos embargos”, disse.
Nos últimos dias, Fávaro adotou cautela ao comentar o tema. Na terça, em audiência no Senado, disse que seria necessário “paciência” para a retomada dos mercados e salientou que os protocolos sanitários bilaterais com os importadores, que preveem as suspensões das compras durante esse período, devem ser respeitados.
Em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta quarta-feira, Fávaro disse que a chancela da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) de que o foco de gripe aviária se restringe a Montenegro (RS), dada no início desta semana, ajuda na negociação com os importadores. O ministro disse que o repasse desse tipo de informação e das medidas técnicas adotadas na região dão a expectativa de que China e União Europeia se sintam “confortáveis” a reduzir as restrições.
No caso da China, Fávaro disse que o país deu sinais de que pode haver redução do embargo ao pedir mais informações apenas de plantas frigoríficas do Rio Grande do Sul e não do Brasil como um todo.
O ministro reiterou que as suspensões geram impacto na balança comercial, mas que existem 128 destinos “completamente abertos” para a carne de frango brasileira, para onde cargas podem ser redirecionadas. “É óbvio que tem impacto e que gostaríamos que não causasse tantas restrições”, pontuou.