Quarta-feira, 01 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 30 de setembro de 2025
O governo federal anunciou a construção de unidades básicas de saúde (UBS) em 37 municípios do Rio Grande do Sul, além de cinco novos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e uma Policlínica. A iniciativa está integrada ao programa “Agora Tem Especialistas”, no âmbito de um pacote de R$ 2,5 bilhões em investimentos em todo o País, com recursos do plano “Novo PAC Seleções”.
Com recursos do Novo PAC Seleções 2025, serão construídas, em todo o país, 768 novas UBS, 100 CAPS e 31 Policlínicas. O objetivo é fortalecer a Atenção Primária, reduzindo a sobrecarga sobre a Atenção Especializada.
De acordo com o titular do Ministério da Saude, Alexandre Padilha, a finalidade é reduzir a fila por consultas, exames e cirurgias, por meio do reforço à rede de atenção primária – aliviando assim a demanda nos hospitais, por exemplo. Também tem como foco o fortalecimento da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD), incluindo crianças e adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
As novas UBS contemplarão os municípios gaúchos de Aratiba, Bagé, Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Canoas,
Canudos do Vale, Cerrito, Dom Pedrito, Engenho Velho, Entre Rios do Sul, Erebango, Formigueiro, General Câmara, Gravataí, Imigrante, Maçambará, Mata, Novo Hamburgo, Osório, Pelotas, Quaraí, Redentora, Rio Grande, Rosário do Sul, São Jose dos Ausentes, Paim Filho, Pantano Grande, Paraíso do Sul, Pontão, São Lourenço do Sul, São Valentim, São Vicente do Sul, Sarandi, Taquari, Tenente Portela, Três Coroas e Westfalia.
Já a lista de novos Caps aponta como selecionados Campo Bom, Espumoso, Imbé, Restinga Seca e São Gabriel. A também anunciada Policlínica, por sua vez, será erguida em Caxias do Sul.
Ineditismo
Essa é a primeira chamada do “Agora Tem Especialistas”, que, pela primeira vez na história do SUS, realiza um programa de provimento de médicos especialistas para ampliar o atendimento em hospitais e policlínicas. O ministro Padrilha acrescenta:
“Com isso, estamos levantando o médico especialistas onde há falta desse profissional, para o Interior do País, e garantindo o atendimento da população. O objetivo não é colocar mais médicos onde eles já estão, mas levá-los para onde precisa, para atender quem precisa, reduzindo o tempo de espera no Sistema Único de Saúde”.
Ainda conforme o ministro, o Brasil vive um novo ciclo de formação e provimento de especialistas com o programa do governo federal, criado para desafogar a demanda reprimida por atendimentos de média e alta complexidade nos Estados e municípios:
“Os médicos que começaram a atuar nesta semana vão atender pacientes do SUS prioritariamente em locais em que há escassez da oferta de serviços especializados. Com esse reforço, conseguiremos ampliar a capacidade da oferta de atendimento em hospitais e policlínicas para a realização das OCIs”.
A sigla se refere a “Oferta de Cuidados Integrados”, combo de serviços que integra, em um pacote de iniciativas no âmbito do SUS, a realização de exames preventivos essenciais, de diagnóstico e do tratamento.
Para a distribuição das vagas, foram priorizadas as regiões com número de especialistas abaixo da média nacional e as que a população precisa se deslocar mais para conseguir atendimento. Também foi considerada a capacidade instalada para oferta da assistência.
As especialidades com maior número de profissionais são ginecologia (98), anestesiologia (37), otorrinolaringologia (26), cirurgia geral (25) e em diferentes áreas do atendimento oncológico (66).
Além de atuarem na rede pública, os médicos contarão com a mentoria de profissionais de excelência da Rede Ebserh e de hospitais do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Serão dedicadas 16 horas semanais à prática assistencial e quatro horas semanais a atividades educacionais. São 16 cursos de aprimoramento para o médico que já é especialista em áreas como cirurgia, ginecologia, anestesiologia e otorrinolaringologia.
Em mais uma ação do programa Agora Tem Especialistas, o Ministério da Saúde destinará incentivos financeiros inéditos para residentes, preceptores, tutores e coordenadores dos Programas de Residência em 20 especialidades médicas, além de enfermagem obstétrica e física médica. Para essa ação está previsto o investimento de R$ 112 milhões até o fim do ano que vem.
Direcionados a áreas prioritárias com poucos profissionais, esses incentivos visam garantir a presença de preceptores e tutores qualificados e comprometidos com a formação de mais médicos especialistas, sobretudo em áreas que se encontram em situção de escassez na rede pública do País.
(Marcello Campos)