Sábado, 15 de novembro de 2025

Governo gaúcho apresenta projeto de rastreabilidade bovina na COP30

O Rio Grande do Sul voltou a ser protagonista internacional ao apresentar, durante a COP30 em Belém (PA), o projeto-piloto de rastreabilidade bovina e bubalina. A iniciativa, conduzida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), busca antecipar os prazos do Plano Nacional de Rastreabilidade e consolidar a carne gaúcha como referência mundial em qualidade, sustentabilidade e segurança alimentar.

O painel ocorreu no espaço da Agrizone, promovido pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), e reuniu autoridades, pesquisadores e representantes do setor produtivo. O secretário-adjunto da Agricultura, Márcio Madalena, destacou que o Rio Grande do Sul é o único estado brasileiro que possui o bioma Pampa, onde a pecuária é praticada em equilíbrio com a vegetação nativa. “Não há devastação nem degradação para a produção pecuária. O sistema funciona de maneira equilibrada, com uma forma muito particular e característica de sustentabilidade ambiental”, afirmou.

Antecipação de prazos e diferencial competitivo

O Plano Nacional de Rastreabilidade prevê a implementação total até 2032, mas o governo gaúcho trabalha para antecipar esse prazo. Madalena reforçou que, com a rastreabilidade plena, o Estado terá um posicionamento estratégico no mercado internacional. “Com todos os diferenciais de qualidade e status sanitário que já possuímos, a rastreabilidade nos dará ainda mais força competitiva, garantindo acesso a mercados exigentes e valorizando a carne gaúcha”, disse.

Setor produtivo engajado

O vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Domingos Velho Lopes, participou do painel representando os produtores. Ele ressaltou que a rastreabilidade é parte de um movimento maior de descarbonização e inovação. “Falamos sobre a sustentabilidade da pecuária gaúcha, em especial no bioma Pampa, com todos os seus compromissos e resultados. É fundamental valorizar o produtor e mostrar os novos caminhos da pesquisa e da rastreabilidade”, avaliou.

Parceria com a Embrapa

O projeto também conta com a parceria da Embrapa Pecuária Sul, que atua no desenvolvimento de tecnologias para o setor. O pesquisador Fernando Cardoso destacou que a rastreabilidade é uma ferramenta que une conservação ambiental e produção de alimentos saudáveis. “Esse processo evidencia não apenas a qualidade do produto final, já reconhecida, mas também a segurança e a transparência de toda a cadeia produtiva. É um marco importante para o Rio Grande do Sul”, concluiu.

Sustentabilidade e mercado internacional

A rastreabilidade bovina permitirá que cada animal seja identificado individualmente, garantindo informações sobre origem, manejo e condições sanitárias. Essa transparência atende às exigências de consumidores e mercados internacionais, especialmente da União Europeia, que já condiciona importações à comprovação de práticas sustentáveis.

Além disso, o sistema fortalece o combate a fraudes, amplia a confiança do consumidor e abre portas para programas de certificação de baixo carbono, alinhando a pecuária gaúcha às metas globais de redução de emissões.

O papel do bioma Pampa

O bioma Pampa, exclusivo do Rio Grande do Sul, é um dos maiores diferenciais do Estado. Nele, a pecuária se desenvolve em campos nativos, sem necessidade de desmatamento. Essa característica confere ao produto gaúcho uma identidade única, associada à preservação ambiental e ao manejo tradicional. O modelo é visto como exemplo de como produção e conservação podem caminhar juntas.

Futuro da pecuária gaúcha

Com a rastreabilidade, o Rio Grande do Sul projeta ampliar sua participação nos mercados mais exigentes, consolidando a carne gaúcha como sinônimo de qualidade e sustentabilidade. O governo aposta que, ao antecipar prazos e implementar tecnologia de ponta, o Estado se tornará referência mundial em pecuária responsável.

O projeto também abre espaço para novas oportunidades de pesquisa e inovação, envolvendo universidades, cooperativas e produtores. A expectativa é que o sistema fortaleça a imagem do agro gaúcho e contribua para o desenvolvimento econômico regional, sem abrir mão da conservação ambiental. (por Gisele Flores)

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