Quinta-feira, 25 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 22 de setembro de 2025
O governo do Estado, representado pela secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, participou, nesta segunda-feira (22), do Diálogo de Alto Nível sobre Soluções de Adaptação Climática, na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
O encontro de líderes mundiais sobre clima no âmbito da Assembleia Geral da ONU foi promovido pela equipe de Ação Climática do Secretário-Geral da ONU, em parceria com Brasil, Itália, Palau, África do Sul e PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
O evento destacou a urgência em se avançar no financiamento e na implementação da adaptação climática. De acordo com o Relatório de Lacunas de Adaptação 2024, publicado pelo PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), os recursos necessários para adaptação são de oito a 14 vezes maiores que os fluxos atuais de financiamento público. Embora quase todos os países já possuam planos de adaptação, menos da metade apresenta avanços concretos.
Plano Rio Grande: resiliência e reconstrução
Em sua fala, a secretária Marjorie, que também representou todos os governos subnacionais por meio do Iclei – Governos Locais pela Sustentabilidade, destacou que o Rio Grande do Sul tem enfrentado, nos últimos anos, alguns dos desastres meteorológicos mais severos de sua história recente.
“As enchentes que marcaram 2023 e 2024 revelaram a urgência de articular reconstrução e adaptação em uma mesma estratégia. Nesse contexto, o Plano Rio Grande surge como um programa robusto de resiliência e reconstrução, alinhado à agenda climática global e conectado ao nosso plano de ação climática, o ProClima 2050, e ao Roadmap Climático, que reúne informações de todos os 497 municípios gaúchos”, afirmou a secretária.
Liderado pelo governador Eduardo Leite, o Plano Rio Grande é um programa de Estado criado para proteger a população, reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.
Segundo Marjorie, o endividamento dos produtores rurais gaúchos, provocado pelas mudanças do clima, supera os R$ 70 bilhões, principalmente pela frustração de safras derivada de secas sucessivas.
“O Rio Grande do Sul está pronto para ser um laboratório de instrumentos financeiros inovadores. Temos instituições financeiras parceiras e buscamos ampliar o acesso a fundos internacionais, como o Fundo Verde do Clima. Mas é fundamental que esses mecanismos sejam estruturados para apoiar o novo objetivo global de adaptação que será debatido na COP30 (Conferência do Clima de Belém), com indicadores que reflitam a realidade dos territórios”, reforçou.
Os resultados das discussões serão apresentados no Evento de Alto Nível do Secretário-Geral da ONU, nesta quarta-feira (24), e integrarão um Pacote de Adaptação para a COP30, que acontece no mês de novembro. A expectativa é gerar compromissos concretos que reduzam as lacunas de financiamento e implementação, acelerando a adaptação em escala global.