Quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Governo negocia cargos na Caixa até com o PL de Bolsonaro

Com o objetivo de reforçar a aliança com o Centrão no Congresso, o governo Lula agora tenta atrair o PL, legenda que tem na figura de Jair Bolsonaro seu maior expoente, com cargos na cúpula da Caixa Econômica Federal. Estão sendo negociadas com o principal partido da oposição duas vagas: a vice-presidência de Negócios de Varejo e o comando da Caixa Asset, corretora de valores.

A aproximação tem sido intermediada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conforme integrantes do banco e do Palácio do Planalto. O movimento, que já gerou reações e ameaças de expulsão entre correligionários de Bolsonaro, deverá reservar postos também para Republicanos, PSD e União Brasil, que já ocupam ministérios na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

A troca na presidência da Caixa, há pouco mais de um mês, compõe uma guinada no governo para abrir espaços ao Centrão em postos chaves na Esplanada e no Planalto.

A entrada de André Fufuca (PP) no Ministério do Esporte e de Silvio Costa Filho (Republicanos) na pasta de Portos e Aeroportos foi uma tentativa de pacificar a base no Congresso, assim como a saída de Rita Serrano do comando do banco. O novo presidente, Carlos Vieira, teve o aval de Lira e de outros caciques do grupo político. O eventual sucesso da negociação com o PL consolidará a adesão do último partido de sustentação da gestão Bolsonaro que ainda não havia entrado no governo Lula.

O passo mais ousado dessa ofensiva é a tentativa de agregar à gestão nomes que agradam ao PL. Uma lista com as indicações do Centrão já teria chegado às mãos de Vieira. As nomeações de cinco vice-presidências estariam próximas, já com os processos seletivos em andamento, etapa necessária para a formalização: Negócios de Varejo; Negócios de Atacado; Rede de Varejo; Logística, Operações e Segurança; e Agente Operador. Segundo o informe sobre a seleção, a remuneração anual dos vicepresidentes é de R$ 711,9 mil, somando 13º salário, remuneração variável anual e benefícios. A previsão é que os escolhidos sejam divulgados em janeiro.

Além da cúpula, a troca de comando da Caixa abre espaço para mudanças em cerca de cem cargos, incluindo diretorias e superintendências em todo o país.

A área de Negócios de Varejo é responsável por criar produtos e serviços para o varejo e implementar meios de pagamento, por exemplo. A tendência é que o PL fique também com a Caixa Asset, responsável pelos fundos de investimento. Segundo o relatório mais recente, há R$ 522,5 bilhões de ativos sob gestão.

Em nota, a Caixa afirmou que “não comenta especulações sobre indicações de dirigentes”.

O banco disse que as vagas de vice-presidente são preenchidas por meio de processo seletivo público e que o edital de seleção “segue os ritos de governança, conforme a Lei das Estatais, estatuto social e normas internas”. Por fim, a instituição financeira acrescentou que as escolhas passam pelo “Comitê de Elegibilidade e pelo Conselho de Administração do banco, que define o selecionado e é responsável pela nomeação”.

 

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