Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 30 de janeiro de 2023
O Diário Oficial da União dessa segunda-feira (30) trouxe portarias com a designação de 121 militares para atuarem no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e um para prestar serviços na segurança pessoal da Presidência da República.
A substituição e reversão de promoção de militares que despertaram desconfiança no governo pela atitude em relação aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro têm contribuído para um clima de insatisfação interna.
O novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, espera
reverter esse sentimento com a próxima leva de promoções de generais em
fevereiro. Devem ser abertas três vagas de generais de quatro estrelas,
movimentando vários quadros na cúpula da força.
No fim da última semana, após encontro com o vice-presidente Geraldo Alckmin, Paiva afirmou que nenhum militar ou civil está acima da lei, ao comentar possíveis punições a militares envolvidos nos atos contra os prédios dos Três Poderes.
Na ocasião, ele garantiu que não deve haver mais trocas de postos na corporação como as promovidas por ele nos últimos dias, em meio a pressões do governo para que militares envolvidos nos atos sejam punidos e outros ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro deixem de ocupar cargos importantes.
“Por enquanto está tranquilo [sobre troca de postos]. Quando tiver as reuniões administrativas normais, de promoção e de transferência, a gente vai fazer as trocas que forem necessárias”, afirmou. “Qualquer militar ou civil, ninguém está acima da lei. Isso a gente faz com tranquilidade também.”
Paiva foi alçado por Lula ao comando do Exército no dia 21. O presidente exonerou o general Júlio César Arruda, que havia assumido o posto em 30 de dezembro, por estar insatisfeito com uma suposta inação durante os atentados em Brasília e sua reação a eles.
O presidente da República vem dizendo abertamente que as depredações no Palácio do Planalto, por exemplo, ocorreram com a conivência dos militares. Um dos principais focos de insatisfação do presidente foi a recusa de Arruda de impedir que o tenente-coronel Mauro Cid assumisse o comando do 1º Batalhão de Ações e Comandos, em Goiânia.
Cid foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. E teve o nome associado a um escândalo envolvendo a suspeita de uso do cartão corporativo da Presidência para pagar contas da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e familiares dela.