Terça-feira, 22 de julho de 2025

Governo pede ajuda ao Cade para baixar combustíveis

O governo quer pressionar a Petrobras, refinarias e distribuidoras a reduzirem preços. A ideia é constranger as empresas que demoram a repassar queda de preços. Diante desse movimento, o Cade abriu uma investigação a pedido da AGU (Advocacia-Geral da União) contra a Refinaria da Amazônia (Ream), controlada pelo grupo Atem e responsável pela venda da maior parte do gás de cozinha, diesel e gasolina da região Norte.

A representação, contudo, não deve prosperar. No documento, a AGU aponta indícios de irregularidades e formação de cartel, motivo principal para que o pedido fosse enviado ao Cade.

No documento, a AGU ainda levanta suspeitas de abuso de posição dominante pela refinaria do grupo Atem, incluindo prática de preços acima das médias do mercado. Também foi apresentada notícia-crime ao chefe da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

No Cade, essa situação é vista como resultado da livre iniciativa. Não há indícios de formação de cartel, tampouco de abuso de poder de mercado pela refinaria. Mesmo assim, por dever de ofício, a investigação seguirá seu curso.

Dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo) apresentados na representação revelam que as reduções anunciadas pela Petrobras no preço dos combustíveis também não são integralmente repassadas ao consumidor final.

Entre março e junho deste ano, a Petrobras promoveu três reduções de preço do Diesel S-10, totalizando uma queda acumulada de R$ 0,67 por litro. Mas o preço médio praticado nos postos com as bandeiras das três maiores distribuidoras, Vibra, Ipiranga e Shell, revela uma redução do produto em apenas R$ 0,15 por litro no mesmo período no Rio, onde dominam 70% do mercado, e 0,21% em São Paulo, onde controlam 60%.

Consultado, o grupo Atem não se manifestou até a publicação desta reportagem. As informações são da Folha de São Paulo.

Petróleo cai 1%, mas Petrobras (PETR4) sobe

As ações da Petrobras (PETR4) começaram a segunda-feira (21) em baixa, mas não foi a queda de mais de 1% do petróleo no mercado internacional a responsável pelas perdas. A notícia de que a estatal poderia apostar no setor de distribuição pesavam nos papéis, mas a negativa da companhia já reverteu o movimento.

Por volta de 12h10, PETR4 subia 0,87%, cotada a R$ 31,26, enquanto PETR3 avançava 0,95%, cotada a R$ 33,97.

A notícia do potencial retorno da Petrobras ao mercado de distribuição de combustíveis surgiu na imprensa na semana passada e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pediu que a estatal se explicasse.

Na sexta-feira (18), a companhia afirmou que estuda constantemente oportunidades de negócios sinérgicos em todos os segmentos de energia, que todos os estudos estão em andamento e, até o momento, não há qualquer decisão tomada pela companhia.

No comunicado, a Petrobras reitera não haver nenhum estudo para voltar ao setor de distribuição por meio de um projeto greenfield.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Governo federal recomenda cautela a ministros para evitar vitimização de Bolsonaro
Tarifaço: Alexandre de Moraes abre investigação sobre possível uso de informação privilegiada em operação com dólar antes de medida de Trump
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play