Domingo, 05 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 5 de outubro de 2025
O governo dos Estados Unidos está oferecendo um pagamento de 2,5 mil dólares (R$ 13,3 mil) a adolescentes imigrantes que regressem voluntariamente aos seus países de origem. A informação está em uma carta enviada no dia 3 a abrigos e confirmada por autoridades americanas de imigração.
“Qualquer pagamento para apoiar a repatriação será feito após a autorização de um juiz de imigração e depois que o indivíduo tiver chegado ao seu país de origem”, informou o órgão. O pagamento será efetuado assim que os migrantes chegarem ao seu país de origem.
Segundo o documento, enviado pelo Escritório de Reassentamento de Refugiados do Departamento de Segurança Interna, o “auxílio único de realocação” é válido para menores desacompanhados a partir dos 14 anos de idade. Ele, contudo, não incluirá cidadãos mexicanos a menos que eles já tenham se comprometido a deixar os EUA antes.
A oferta será feita primeiro a adolescentes de 17 anos, segundo comunicado do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA (ICE, na sigla em inglês).
Menores desacompanhados
Pela lei federal norte-americana, crianças imigrantes que entram no país sem um pai ou guardião legal são classificadas como desacompanhadas e postas em abrigos federais até que possam ser entregues a um parente ou a cuidadores temporários.
Até a quinta-feira (2), mais de 2,1 mil crianças desacompanhadas estavam sob custódia federal, segundo dados do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS).
Desde 2019, mais de 600 mil menores desacompanhados cruzaram a fronteira do México com os EUA, segundo o governo americano.
Fundo para deportações
O governo de Donald Trump reservou 250 milhões de dólares ao Departamento de Segurança Interna para “deportações voluntárias”, e ofereceu 1 mil dólares a imigrantes que deixem o país por iniciativa própria.
A oferta da Casa Branca para a “deportação voluntária” de crianças foi criticada por defensores de direitos humanos. A presidente da ONG Kids in Need of Defense, Wendy Young, falou em “tática cruel”.
“Crianças desacompanhadas que buscam segurança nos EUA merecem nossa proteção em vez de serem coagidas a concordar em voltar às mesmas condições que colocaram suas vidas e segurança em risco”, disse à agência de notícias Reuters.
Já Melissa Adamson, do National Center for Youth Law, afirmou à agência de notícias AFP que o prêmio de 2,5 mil dólares pode ser a maior quantia de dinheiro que essas crianças já viram em suas vidas, o que tornaria difícil para elas avaliar os riscos de longo prazo de uma deportação voluntária ou de brigar na Justiça para tentar permanecer nos EUA.