Terça-feira, 09 de setembro de 2025

Governo Trump volta a ameaçar o Brasil e o ministro Alexandre de Moraes: “Continuaremos a tomar as medidas cabíveis”

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar o Brasil e citou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em um post na rede social X, o antigo Twitter, nesta segunda-feira (8), o subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos EUA lembrou da comemoração da Independência do Brasil neste domingo (7) e falou do ministro para criticar “abusos de autoridade”:

“Ontem marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça. Em nome do ministro Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”.

Na sexta-feira (5), Trump declarou que está “muito irritado” com o Brasil e não descartou restringir vistos de autoridades que planejam participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Em coletiva de imprensa na Casa Branca, o republicano foi questionado sobre a possibilidade de cancelar vistos diplomáticos para o evento, incluindo brasileiros. Trump afirmou:

“Estamos muito irritados com o Brasil. Já aplicamos tarifas pesadas porque eles estão fazendo algo muito infeliz. O governo mudou radicalmente. Radicalmente para a esquerda. Isso está fazendo muito, muito mal. Vamos ver”.

A fala se refere às tarifas de até 50% impostas aos produtos brasileiros em agosto. À época, Trump afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro é vítima de uma “caça às bruxas” em razão do processo que responde no Supremo Tribunal Federal (STF).

Alexandre de Moraes passou a ser alvo de críticas do governo americano por ser o relator do processo em que Bolsonaro é acusado de crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito e criminosa.

O ministro, inclusive, já teve seu visto americano revogado e foi sancionado com a lei Magnitsky. As tarifas impostas e a ameaça de sanções diplomáticas são vistas como parte de uma estratégia mais ampla do governo Trump para pressionar governos considerados adversários ideológicos.

A chance de restrições durante a Assembleia Geral da ONU, evento que tradicionalmente reúne líderes de todo o mundo, gera preocupações quanto ao impacto nas relações bilaterais e ao papel dos Estados Unidos como país anfitrião de organismos internacionais.

Visto de Haddad

Em contrapartida, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve seu visto concedido para os Estados Unidos nesta segunda-feira. Ministro teve que pedir renovação de autorização após o visto anterior vencer em maio.

Haddad vai comparecer à Semana do Clima de Nova York, realizada em setembro deste ano. Os evento reúne líderes globais de governos e setores empresariais para discutir desafios das mudanças climáticas. O ministro também deve viajar para o encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que acontece em outubro na capital americana, Washington.

Com o visto anterior vencido em maio, o ministro precisou pedir em agosto a renovação da autorização para a embaixada americana.

A solicitação aconteceu em meio à tensão diplomática entre o governo brasileiro e o do presidente Donald Trump, que cancelou o visto de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de familiares do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O presidente Lula disse que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também teve o visto cancelado.

Padilha também planeja participar de eventos nos Estados Unidos nos próximos meses, e já declarou que o Itamaraty pediu seu acesso nos compromissos. Seu visto venceu em 2024 e também precisa de renovação.

O ministro da Saúde deve comparecer à assembleia-geral da ONU e à conferência da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

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