Sexta-feira, 04 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 4 de julho de 2025
Uma greve de controladores de tráfego aéreo franceses em busca de melhores condições de trabalho causou caos no auge da temporada de viagens de verão na Europa, após cerca de 40% dos voos saindo e chegando em Paris terem sido cancelados nesta sexta-feira (4).
As interrupções começaram a atingir aeroportos em toda a França na quinta-feira, 3. Elas se intensificaram na sexta-feira, quando a autoridade nacional de aviação civil solicitou às companhias aéreas o cancelamento de 40% dos voos nos aeroportos Charles de Gaulle, Orly e Beauvais, que atendem Paris, metade dos voos em Nice e 30% dos voos em Marselha, Lyon e algumas outras cidades.
Apesar dos cancelamentos preventivos, a autoridade alertou em um comunicado que “interrupções e longos atrasos são esperados em todos os aeroportos franceses”.
Os painéis de partidas dos aeroportos de Paris exibiam uma longa lista de atrasos e cancelamentos de voos para destinos na França, Europa, norte da África e outros lugares.
A Ryanair estava entre as companhias aéreas que anunciaram interrupções generalizadas, afirmando em um comunicado o cancelamento de mais de 400 voos, afetando 70 mil passageiros. A empresa afirmou que a greve afeta todos os seus voos sobre o espaço aéreo francês, bem como o tráfego de entrada e saída dos aeroportos franceses, e instou a União Europeia a reformar as regras de tráfego aéreo.
Um dos dois sindicatos que lideram a greve, o UNSA-ICNA, afirmou em um comunicado que não há funcionários suficientes para lidar com o aumento das viagens aéreas e que a inflação está corroendo os salários. Os sindicatos também protestam contra as novas medidas de reforma que visam monitorar seu trabalho de forma mais rigorosa, motivadas por uma quase colisão no aeroporto de Bordeaux.
O Ministro dos Transportes, Philippe Tabarot, classificou as reivindicações dos sindicatos – e sua decisão de entrar em greve justamente quando as escolas francesas fecham para o verão e muitas famílias saem de férias – como “inaceitáveis”.