Segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Grupo protesta contra Prevent Senior, empresa alvo da CPI da Covid, em São Paulo por “justiça aos mortos”

Um grupo de manifestantes protestou na manhã desta quinta-feira (30) na sede da Prevent Senior por “justiça aos mortos da covid-19”. A operadora de planos de saúde é acusada por ex-médicos de inúmeros crimes, dentre eles, ocultar mortes de pacientes por covid e do uso de tratamentos ineficazes contra a doença.

Por conta das denúncias, a empresa se tornou pivô de um dos maiores escândalos médicos na história do Brasil.

O movimento Levante Popular da Juventude iniciou o ato por volta das 8h, na rua Brigadeiro Luís Antônio, região central da capital paulista. Os manifestantes levaram cartazes com os dizeres “óbito não é alta” e “Bolsonaro Genocida”. Eles também jogaram tinta vermelha na fachada da empresa.

Segundo a Polícia Militar, o protesto ocorreu de forma pacífica. A empresa registrou no 78° DP, no Jardins, um boletim de ocorrência contra o movimento por pichação.

Denúncias

No começo do ano, médicos denunciaram que a diretoria do plano de saúde Prevent Senior os obrigou a trabalhar infectados com covid-19 e a receitar medicamentos sem eficácia para pacientes.

Depois disso, um dos médicos inclusive registrou um boletim de ocorrência em que relata ter sofrido ameaças do diretor-executivo da operadora de saúde, Pedro Benedito Batista Júnior.

Agora, a CPI da Covid investiga um dossiê que aponta que a Prevent ocultou mortes em um estudo com hidroxicloroquina, remédio que não funciona contra o coronavírus.

Os indícios da fraude aparecem em documentos e áudios e, segundo os documentos, houve pelo menos o dobro de mortes entre os pacientes tratados com cloroquina analisados pelo estudo.

A suposta pesquisa seria um desdobramento de um acordo da operadora de planos de saúde com o governo federal, e teria resultado na disseminação do uso da cloroquina e de outros medicamentos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já descartou o medicamento para esse tipo de tratamento.

A Prevent repudia as denúncias e afirma que “sempre atuou dentro dos parâmetros éticos e legais”. O diretor-executivo do plano de saúde, Pedro Batista Júnior, foi ouvido na CPI na semana passada e afirmou que foram os pacientes que passaram a exigir a prescrição da cloroquina, mas confirmou que a operadora orientou médicos a modificarem, após algumas semanas de internação, o código de diagnóstico dos pacientes que deram entrada com covid-19.

Além da CPI da Covid, no Congresso Nacional, a operadora é investigada pelo Ministério Público Federal, pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo e pela agência reguladora dos planos de saúde, a ANS.

Em São Paulo, o Ministério Público iniciou uma investigação ainda em março sobre a distribuição do “kit covid” pela Prevent Senior.

Neste mês, após novas denúncias, o MP criou uma força-tarefa, para apurar as denúncias contra a empresa.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, disse que profissionais médicos e diretores da Prevent Senior poderão responder por crime contra a vida, caso fique comprovado o uso de tratamentos ineficazes contra a covid-19 em pacientes da operadora.

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