Terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Guerra na Ucrânia completa 2 anos; mais de 500 mil pessoas já morreram no conflito

A guerra na Ucrânia, que completa dois anos neste sábado (24), não tem previsão de acabar. As forças ucranianas estão em posição defensiva, com pouca munição e foram obrigadas a recuar em algumas regiões do país.

A guerra começou em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia e fez ataques pela terra, pelo ar e pelo mar. Embora não haja estatísticas fiéis, estima-se que pelo menos 500 mil pessoas morreram nos dois lados das trincheiras. O conflito expulsou de suas casas mais de 14 milhões de ucranianos, representando um terço da população, e mandou 6,5 milhões de refugiados para países vizinhos, de acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações.

Uma pesquisa encomendada pelo Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR) indicou que apenas 10% dos europeus acreditam que a Ucrânia ainda tem capacidade para derrotar a Rússia na guerra, às vésperas do seu aniversário de dois anos. Cerca de 37% julgam que o conflito se encerrará com um “acordo de compromisso”, sem atender completamente os desejos de ambos os lados.

No ano passado, um levantamento do ECFR mostrava que mais cidadãos concordavam que Kiev deveria retomar por completo o território por Moscou (44% no Reino Unido, 38% na União Europeia). A perda brusca de confiança implicará em tomadas de decisões mais “realistas” pelos governos, de forma a flexibilizar as demandas para o fim do confronto, indicam os pesquisadores.

“Para defender o apoio europeu contínuo à Ucrânia, os líderes da UE terão de mudar a forma como falam sobre a guerra”, disse o coautor Mark Leonard, do ECFR, ao jornal britânico The Guardian.

A sondagem compilou dados levantados em janeiro de 12 países-membros da União Europeia: Suécia, Alemanha, Holanda, Portugal, Áustria, Espanha, França, Itália, Grécia, Polónia, Roménia e Hungria. Ela foi realizada, no entanto, antes da mais recente perda de Kiev: a cidade oriental de Avdiivka, agora sob controle da Rússia.

Os resultados apontam que a fracassada contraofensiva ucraniana, os receios de uma mudança brusca no governo americano – republicanos linha-dura pressionam para o fim da ajuda militar à Ucrânia – e a possibilidade do retorno de Donald Trump à Casa Branca contribuem para a visão pessimista.

A potencial vitória de Trump nas eleições americanas deste ano é uma má notícia para 56% dos entrevistados. A única exceção foi a Hungria, onde 27% deles relataram que ficariam satisfeitos com o regresso do republicano, contra 31% decepcionados.

A capacidade do governo da Ucrânia de expulsar os invasores russos depende muito da ajuda militar, financeira e política de países do Ocidente.

Pacote de ajuda 
Articulado pelo presidente Joe Biden, um projeto de lei no Congresso dos Estados Unidos prevê uma ajuda de cerca de US$ 60 bilhões para a Ucrânia. O grosso desse dinheiro vai para apoio militar. Jens Stoltenberg, o líder da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirma que a cada semana de atraso na aprovação deste projeto de lei, haverá mais gente morta na linha de frente na Ucrânia.

O texto foi aprovado no Senado, mas na Câmara dos Deputados há problemas. Os membros do Partido Republicano, de Donald Trump, são contra a medida.

Estoque de munição
Nos últimos meses, a guerra se tornou uma batalha de artilharia. Os lados estão trocando milhares de tiros todos os dias. Ao longo do ano passado, a Ucrânia tinha mais munição do que a Rússia, mas agora a situação mudou. Os russos aumentaram a produção de munição e começaram a importar da Coreia do Norte e do Irã.

Michael Kofman, um pesquisador da Fundação Carnegie para a Paz Internacional, calcula que o volume de artilharia dos russos é cerca de cinco vezes o da Ucrânia.

Mísseis
Os líderes da Ucrânia têm pressionado os países do Ocidente para receber novos tipos de armas, especialmente mísseis de longo alcance, para atacar os russos além da linha de frente.

Os americanos têm o sistema de mísseis ATACMS.
Os alemães têm o sistema de mísseis Taurus.

Anders Fogh Rasmussen, ex-líder da Otan, disse que a produção de munição não pode ser aumentada da noite para o dia, mas que a decisão de entregar esse tipo de armamento pode ser mais facilmente executada.

Até agora, os EUA só entregaram mísseis mais antigos e de alcance médio. Mas o governo de Joe Biden agora quer mandar mísseis da nova linha. No entanto, isso só vai acontecer se o projeto de lei for aprovado no Congresso, o que não tem previsão de acontecer.

 

 

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