Quarta-feira, 30 de julho de 2025

Guilherme Boulos pede à Polícia Federal que Eduardo Bolsonaro seja demitido da corporação por atuação nos Estados Unidos

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) protocolou, nessa segunda-feira (28), uma representação junto à Polícia Federal (PF), solicitando a instauração de um processo administrativo disciplinar contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Eduardo, que é escrivão de polícia licenciado em razão do exercício do mandato parlamentar, é acusado por Boulos de adotar condutas incompatíveis com o cargo público que ocupa.

Segundo o parlamentar do PSOL, as recentes ações de Eduardo nos Estados Unidos configuram possíveis infrações disciplinares previstas na legislação do serviço público e podem levar à demissão. De acordo com Boulos, o deputado do PL teria se mudado para os Estados Unidos no início do ano com o objetivo de buscar apoio político e jurídico para pressionar autoridades internacionais a imporem sanções ao Brasil. A intenção, conforme aponta a representação, seria evitar a prisão do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Acarretam evidente lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional”, afirma o documento protocolado por Boulos, ao mencionar a atuação de Eduardo no exterior. Segundo o parlamentar do PSOL, essas ações estariam relacionadas às medidas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, que incluem um aumento tarifário sobre produtos brasileiros, com início previsto para esta sexta-feira (1º).

A atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos já está sendo alvo de investigação por parte da Polícia Federal. O inquérito foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os possíveis crimes atribuídos ao parlamentar incluem coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e crime contra a soberania nacional. Tais infrações são classificadas como crimes contra a administração pública.

O pedido de Boulos foi encaminhado ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que, por sua vez, deve repassar o caso à Corregedoria da corporação para a apuração de eventuais infrações disciplinares.

Na semana anterior à representação, Eduardo Bolsonaro também foi alvo de críticas após atacar o delegado Fábio Alvarez Shor, responsável por conduzir investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante uma live, Eduardo chamou o delegado de “cachorrinho da Polícia Federal”.

Em resposta, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, classificou a fala do parlamentar como uma “covarde tentativa de intimidação aos servidores policiais” e afirmou que a instituição adotará as medidas legais cabíveis. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

 

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