Por Redação do Jornal O Sul | 24 de setembro de 2025
Iniciativa da Seduc mobilizou estudantes de 27 escolas técnicas agrícolas e mostrou como a inovação pode transformar o futuro do campo
Porto Alegre foi palco, no dia 23 de setembro, de um encontro que uniu juventude, tecnologia e futuro do agronegócio brasileiro. O auditório do Tecnopuc recebeu a etapa final do HackatAgro 2025 – Desafio Mão na Massa, promovido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Seduc). O evento reuniu estudantes de 27 Escolas Técnicas Agrícolas da rede estadual, que apresentaram soluções inovadoras para desafios do setor produtivo.
A grande vencedora da noite foi a equipe Biobovino, que desenvolveu um projeto para reduzir a emissão de gás metano na pecuária. A proposta utiliza bolus ruminais – cápsulas administradas no gado – que atuam no processo digestivo, diminuindo a liberação de gases e ampliando a sustentabilidade da produção. O lema do grupo resume bem a ambição: “Aumente seu lucro, diminua sua pegada de carbono.”
Mais do que uma competição, o HackatAgro se consolidou como um movimento de aprendizagem e inovação, aproximando a escola do setor produtivo. Cada equipe, formada por alunos e professores orientadores, passou por mentorias, oficinas de prototipagem e palestras sobre negócios e marketing. O formato do desafio foi o pitch: três minutos de apresentação diante dos avaliadores para convencer sobre a viabilidade da proposta.
A estudante Laura Pukall, 18 anos, da Escola Técnica Guaramano, foi quem apresentou o projeto vencedor. Ela destacou o espírito de união do time: “Viramos mais do que uma equipe, nos tornamos uma família. Um ajudava o outro em cada etapa, e isso fez a diferença. Agora queremos levar essa ideia adiante para torná-la realidade.”
O professor Marco Fruhauf de Oliveira, orientador da Biobovino, reforçou a importância da construção coletiva: “No início pensávamos em um equipamento, mas o processo nos levou a desenvolver o bolus ruminal, muito mais eficaz. Cada aluno pôde mostrar suas habilidades, foi um trabalho orgânico.”
A superintendente-adjunta da Suepro, Raquel Padilha, lembrou que o verdadeiro legado está na experiência: “Todos vivenciaram um processo de aprendizado e troca. O HackatAgro mostra até onde a educação profissional pode levar os estudantes e abre portas para o futuro.”
Os vencedores viajarão para centros de inovação do agro: Biobovino visitará o AgroHub de Goiânia (GO); a Bioagro, o Cocriagro em Londrina (PR); e os Agrovants, a Associação Parque Tecnológico do Agronegócio em São Leopoldo (RS). Todos também ganharam ingressos para a South Summit 2026.
Mas o HackatAgro não termina aqui. Os projetos finalistas terão acesso a um programa de pré-incubação, voltado a transformar ideias em negócios e ampliar conexões com startups nacionais e internacionais.
Desde sua criação, o HackatAgro tem como missão estimular a digitalização e a sustentabilidade no campo, preparando as novas gerações para lidar com desafios cada vez mais complexos. Nesta edição, voltada exclusivamente para estudantes da rede estadual, a mensagem ficou clara: a inovação no agronegócio nasce também dentro da sala de aula.
Como ressaltou um dos jurados, os jovens mostraram que “é possível pensar grande, mesmo começando pequeno”. O HackatAgro segue, portanto, como um caminho aberto à criatividade, onde cada ideia plantada hoje pode florescer em soluções que transformarão o campo brasileiro de amanhã. (Gisele Flores)
