Domingo, 17 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 16 de agosto de 2025
Dezenas de milhares de documentos de identidade de turistas digitalizados em hotéis na Itália foram roubados de servidores e colocados à venda na dark web. O laerta foi feito pela Agência para a Itália Digital (Agid).
“São dezenas de milhares de digitalizações em alta resolução de passaportes, carteiras de identidade e outros documentos de identificação usados pelos hóspedes durante o check-in”, afirma o texto.
A agência, em vários comunicados sucessivos nos últimos dias, especificou que quase 100 mil documentos foram roubados dessa forma.
A pessoa que colocou esses documentos à venda, conhecida pelo pseudônimo “mydocs”, afirmou que os obteve “graças a acesso não autorizado a sistemas de computador, entre junho e agosto de 2025”.
No total, dez hotéis em várias partes da Itália foram afetados por esse ataque hacker, mas “não está descartado que outros casos possam surgir nos próximos dias”, alertam as autoridades.
A agência também alertou sobre “consequências potencialmente graves para as vítimas, tanto financeiras quanto jurídicas”, lembrando que esses dados, uma vez roubados, “podem ser usados para fins fraudulentos: criação de documentos falsos, abertura de contas bancárias, roubo de identidade digital”.
Hotéis e plataformas de reservas de hotéis são alvos frequentes de ataques cibernéticos. Os grupos Marriott e Caesars e o site Booking.com já foram vítimas desse tipo de roubo.
Alerta
As autoridades italianas estão em alerta, pois a possibilidade de novos casos surgirem não está descartada. O ataque cibernético destaca a vulnerabilidade do setor hoteleiro, que já foi alvo de incidentes semelhantes, como os ocorridos com grandes grupos como Marriott e Caesars.
A Agid enfatizou a importância de proteger os dados pessoais e alertou que os turistas devem estar cientes dos riscos associados ao uso de suas informações em plataformas de reservas. O incidente ressalta a necessidade de medidas de segurança mais robustas para proteger informações sensíveis em um setor cada vez mais digitalizado.
Operação
As operações começaram em junho passado, mas, no último fim de semana, o grupo hacker fez novas publicações oferecendo mais de 70 mil documentos roubados de quatro hotéis diferentes para venda.
A reportagem afirmou ainda que entre os estabelecimentos afetados está o Hotel Ca’ dei Conti, em Veneza, de onde 38 mil imagens foram roubadas ilegalmente em julho.
Outros roubos de dados teriam ocorrido no hotel “Casa Dorita”, em Milano Marittima (2,3 mil documentos); no hotel Regina Isabella, na ilha de Ischia (30 mil); e no Hotel Continentale, em Trieste (17 mil). Entre as vítimas também está um hotel cinco estrelas nas Ilhas Baleares, o Hills Boutique Mallorca, na Espanha.
Daniele Minotto, vice-diretor da Associação de Hoteleiros de Veneza (AVA), esclareceu que “os hoteleiros não têm permissão legal para arquivar arquivos contendo documentos de hóspedes, mas os hackers precisam apenas de acesso ao scanner para enviar carteiras de identidade ou passaportes”.
Já Salvatore Pisani, da Confindustria Turismo Venezia, disse não ter “conhecimento de quaisquer ataques em massa”: “Este ataque provavelmente envolve pequenos estabelecimentos que não estão adequadamente protegidos. Nossa associação ativou convênios e cursos de treinamento para prevenir esses eventos”, concluiu.