Domingo, 28 de setembro de 2025

Homem acusado de operar para o senador Renan Calheiros emitiu 6 milhões de reais em notas frias para a empresa Precisa, segundo a Receita Federal

Apontado pela Polícia Federal (PF) como suposto operador financeiro do senador Renan Calheiros (MDB-AL), Milton Lyra emitiu R$ 6,4 milhões em notas fiscais frias para a Precisa Medicamentos e outras empresas, segundo a Receita Federal. A informação consta da Operação Acurácia, deflagrada na quinta-feira (30).

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede da Precisa e da Global Saúde, em Barueri (SP). A suspeita é que as empresas estejam envolvidas com operações de lavagem de dinheiro para políticos do MDB entre 2014 e 2016, no âmbito de contrato de R$ 550 milhões firmado com a Petrobras para compra de medicamentos para servidores da estatal.

A Operação em cidades de São Paulo e em Minas Gerais totalizou oito mandados de busca e foi motivada pela delação premiada dos advogados Luiz Carlos Claro e seu filho, Gabriel Claro. Ambos confessaram o uso de empresas de fachada e de laranjas para lavar recursos que se destinariam ao pagamento de propinas para políticos.

Renan tem negado que Lyra seja seu operador. Em nota, os advogados da Precisa, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso afirmam que a operação deflagra pela PF é “surreal”.

“Chega a ser surreal repetir a mesma busca e apreensão pela terceira vez em 13 dias, dessa vez para ir atrás de documentos sobre o que delatores disseram que teriam acontecido sete anos atrás”. As buscas foram autorizadas pela 2ª Vara Federal de São Paulo a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Relatório da CPI

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou, nesta sexta-feira (1º), que o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já foi incluído no relatório final do colegiado. A previsão é que o documento, no qual consta todo o material apurado pela comissão, seja concluído e entregue em 19 de outubro e levado à votação no dia seguinte.

Calheiros disse que Bolsonaro será citado “pelas digitais na omissão” do enfrentamento da pandemia do coronavírus. O relator ponderou que, entre as potenciais negligências do mandatário do país, está a compra de vacinas contra covid-19.

“Tem muita gente investigada e muita gente que também que constará no relatório sem que tenha sido elevada à condição de investigado. O presidente da República [estará no relatório] pelo crime que significou ele não responder às ofertas da Pfizer, do Butantan, da OMS, que dariam, naquela oportunidade, quase 170 milhões de doses de vacina”, defendeu o senador.

Desde o início dos trabalhos, Calheiros promoveu a inclusão e a exclusão de diferentes pessoas na lista de investigados, a qual já conta com 34 alvos e deve ser ampliada até a conclusão do relatório. A ampliação ou não do rol de investigados também interfere na estratégia da comissão.

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