Terça-feira, 24 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 23 de junho de 2025
Tão logo estreou na Netflix, na última terça-feira (17), o filme “Homem com H”, cinebiografia do cantor Ney Matogrosso, já está figurando no topo da lista de longas mais visto da plataforma. O longa dirigido por Esmir Filho também está indo bem nos cinemas, tendo vendido 163 mil ingressos no primeiro fim de semana da estreia, no dia 17 de maio.
Segundo o Box Office, “Homem com H” já arrecadou quase R$ 345 mil em bilheteria e está, atualmente, na oitava posição entre os 10 filmes mais vistos nos cinemas do país, atrás de títulos como “Como treinar seu dragão” (1º), “Lilo & Stitch” (2º), “Bailarina” (3º), “Missão: Impossível – O acerto final” (4º), “Premonição 6: Laços de sangue” (5º), “Diário de uma paixão” (6º), e “Como eu era antes de você” (7º).
O longa mostra diversas fases da carreira e da vida pessoal do cantor, inclusive o conturbado relacionamento com o pai militar. A estreia nos palcos como líder do grupo Secos e Molhados também está na tela, assim como importantes relacionamentos amorosos.
Além de Jesuíta Barbosa, que interpreta Ney Matogrosso, o elenco tem ainda Hermila Guedes, Bruno Montaleone, Jullio Reis e Rômulo Braga.
Ney Matogrosso celebra ‘Homem com H’
Aos 84 anos, Ney Matogrosso viu a história de sua vida ganhar as telas do cinema. “Homem com H”, dirigido por Esmir Filho percorre a trajetória do menino Ney de Souza Pereira até se tornar Ney Matogrosso.
Entre as duras desavenças com o pai Antônio, que era militar, e a proteção da doce mãe Beita, ele sai de casa, descobre a potência de sua “voz fina”, vive amores, sofre com a perda dos amigos pela AIDS e comprova para o mundo o que já sabia desde sempre: ele é artista.
“A primeira conversa que tive com ele [Esmir] foi que as pessoas escrevem muita loucura a meu respeito que são mentiras. Nesse filme, não pode ter mentira. Fiquei satisfeito quando vi porque tudo o que está ali é verdade, sem nenhum pudor de contar a minha vida com meu pai, minha família, meus amores”, pontuou Ney, que verificou os roteiros escritos pelo diretor:
“Ele ia escrevendo os roteiros e me mandava para conferir, não para proibir, nem vetar nada. Ele me mandou 12. Foi estimulante ler.”
Participar dessa construção foi uma grande viagem ao passado para Ney, que, segundo Esmir, contribuiu de forma brilhante com sua ótima memória, revelando sentimentos e texturas. Uma cena fez o cantor se emocionar de um jeito que ele diz nunca ter acontecido.
“Sou duro na queda, mas me descontrolei duas vezes com esse filme. Quando vi a filmagem, uma cena, quando ‘eu’ apareço chegando para o Marco [seu namorado na época] – ele doente com AIDS – com meu teste negativo. Eles foram tão convincentes, que tive uma coisa. Me desestabilizou, tinha vivido aquilo. No momento tinha me sentido culpado, não fiz nada de diferente, tinha certeza que estava contaminado e não peguei”, contou.
A sua ousadia e senso de liberdade são as engrenagens que moveram o menino e ainda movem o cantor. Em muitos momentos, Ney se deparou com pessoas querendo colocá-lo em caixinhas e ele querendo transbordar todas as suas facetas, que abrilhantam até hoje os palcos. Inclusive, uma curiosidade sobre o longa foi a mudança de como finalizar esse roteiro de última hora.
“O filme acabaria ali [no sítio do cantor], soltando animais, na cachoeira, tinha essa ideia, seria bonito, mas chegamos à conclusão que não estava aposentado e pareceria que estava. Dali se partiu para fazer o final com o show”, revelou. As informações são dos portais O Globo e Gshow.