Sábado, 13 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 12 de dezembro de 2025
Júri popular realizado em Porto Alegre resultou na condenação de um homem a 31 anos de prisão em regime fechado, pela morte e incineração do corpo da namorada, no dia 25 de março de 2023. Conforme acusação formulada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o feminicídio foi cometido a golpes de espada, em uma residência no bairro Lomba do Pinheiro (Zona Leste).
Laila Vitória Rocha Oliveira, 20 anos, teve o corpo queimado na lareira de uma casa no mesmo terreno. Ela vivia no Pará e havia conhecido por meio da internet o parceiro, de então 37 anos e que a convidou a conhecê-lo pessoalmente na capital gaúcha. Após convivência de algumas semanas, a jovem decidiu retornar para casa, mas acabou assassinada porque ele não aceitou o fim do relacionamento.
O réu, que se apresentava nas redes sociais como “bruxo” e “necromante”, teve sua prisão preventiva decretada logo após o crime e permaneceu escondido em um matagal de Viamão (Região Metropolitana de Porto Alegre) durante quatro dias. Ao pedir água em uma casa nas imediações, teve sua presença denunciada à Brigada Militar. Desde então ela já estava recolhido à Penitenciária Estadual de Charqueadas (Região Carbonífera), onde continuará, sem direito a recurso em liberdade.
A sentença levou em conta o crime de feminicídio com os agravantes de motivo torpe e meio cruel que dificultou a defesa da vítima. Também pesou contra o réu a ocultação de cadáver e a posse irregular de munição para arma-de-fogo. Para o promotor Eugênio Paes Amorim, que atuou no caso, a vítima foi morta de forma premeditada.
Composto por sete mulheres, o júri acolheu todas as teses apresentadas pelo MPRS. Elas também rejeitaram um laudo psiquiátrico apresentado pela defesa para indicar que o homem sofria de transtorno esquizoafetivo.
Região Central
Já em Restinga Seca (Região Central do Estado), quatro dos cinco réus foram condenados pela execução de uma adolescente de 15 anos, em novembro de 2021. A garota chegou a ser considerada desaparecida durante quase três semanas, mas teve o corpo encontrado em uma região de mata, no início de dezembro daquele ano, com dois tiros na cabeça.
O crime chocou a comunidade local, devido à brutalidade e por ter sido cometido mesmo após a mãe da vítima ter pago uma dívida de R$ 450 exigida por integrantes de uma organização criminosa para que a adolescente não fosse morta. As penas, de até 42 anos de cadeia, foi estipulada considerando-se homicídio triplamente qualificado, extorsão qualificada, ocultação de cadáver e participação em organização criminosa.
(Marcello Campos)