Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 17 de abril de 2025
Um homem foi detido pela Polícia Federal (PF) por chamar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “ladrão”. O caso ocorreu em Campos dos Goytacazes (RJ), na última segunda-feira (14), quando Lula passava em um comboio para participar da inauguração do novo prédio da Universidade Federal Fluminense (UFF) na cidade, a 280 km da capital carioca.
De acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), a comitiva do presidente foi surpreendida na BR-101, quando andava em direção à universidade, por um carro no acostamento. A secretaria afirma que o veículo emparelhou com os carros da presidência. Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível observar o momento em que o homem começa a proferir as ofensas contra o presidente. “Lula ladrão” e “ele está roubando o meu dinheiro” foram algumas das afirmações do suspeito, que gravou a própria ação.
A Secom afirmou que a PF decidiu abordar o motorista por considerar a atitude “temerária”. Segundo a pasta, outras três pessoas estavam no carro e também foram conduzidas à delegacia, mas, após o ocorrido, não tiveram mais informações sobre a detenção.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a abordagem da PF foi apenas ao motorista, autor das ofensas. Ele foi levado para prestar esclarecimentos sobre o episódio e depois liberado, e irá responder acusação pelo crime de injúria, de acordo com a polícia.
No evento de inauguração, Lula discursou ao lado do bispo diocesano de Campos, Dom Roberto Francisco Ferrería da Paz. A aparição ocorre em um momento no qual Lula enfrenta perda de apoio entre os católicos: segundo pesquisa Datafolha, sua popularidade entre adeptos da religião caiu de 42% para 28%.
Ao mesmo tempo, setores da direita avançam sobre esse eleitorado. Um exemplo é o Frei Gilson, líder católico conhecido por suas pregações e transmissões online. Alvo de críticas da esquerda por discursos considerados misóginos e anticomunistas, Frei Gilson nunca declarou apoio direto a Jair Bolsonaro (PL), mas passou a ser apoiado por bolsonaristas e pelo próprio ex-presidente.
Campos dos Goytacazes é um tradicional reduto bolsonarista. No segundo turno das eleições de 2022, Bolsonaro obteve 63% dos votos válidos no município, contra 36,8% de Lula. Trata-se ainda da cidade natal do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), apontado como possível sucessor do governador Cláudio Castro (PL). Ambos não compareceram ao evento.
A visita foi marcada por manifestações contrárias ao governo. Muros próximos à universidade amanheceram pichados com “Fora, Lula”, e um manifestante chegou a pendurar um cartaz declarando que a cidade estava “de luto” com a presença do presidente. As informações são do jornal O Globo.