Quarta-feira, 14 de maio de 2025

Homem que ameaçou deputadas de “estupro corretivo” pega 12 anos de prisão

A Justiça de Minas Gerais condenou um homem a doze anos e nove meses de prisão por ameaçar deputadas estaduais com mensagens de “estupro corretivo” e morte. A decisão representa um marco importante no combate à violência política de gênero e aos crimes cibernéticos de ódio.

De acordo com o Ministério Público, o réu, que não teve o nome divulgado por razões legais, utilizava os apelidos “Leon” e “Grow” em fóruns online, onde liderava um grupo voltado à disseminação de conteúdos extremamente violentos e ilegais, como pornografia infantil, neonazismo e violência explícita.

Segundo a denúncia apresentada pelo MP, o homem enviou ameaças de morte e de abuso sexual às deputadas estaduais Lohanna França (PV), Bella Gonçalves (PSOL) e Beatriz Cerqueira (PT). As ameaças foram feitas por meio dos e-mails institucionais das parlamentares na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o que elevou a gravidade dos crimes. Em uma das mensagens, enviada especificamente à deputada Lohanna França, o réu chegou a citar o endereço da parlamentar e afirmou que iria “entrar escondido, pular no pescoço e colocá-la em algemas”.

As investigações que levaram à condenação tiveram início em 2023, no contexto de um aumento nos casos de ameaças e violência política contra mulheres em cargos públicos. A apuração resultou na Operação Di@na, realizada de forma conjunta entre o Ministério Público e as polícias Civil e Militar. Essa força-tarefa culminou na prisão do acusado em Olinda, no estado de Pernambuco, em maio de 2024.

O inquérito revelou que, além das ameaças dirigidas às deputadas, o réu era o principal articulador de um grupo que atuava em fóruns ocultos da dark web, conhecidos como “chans”. Nesses ambientes virtuais, ele compartilhava imagens e vídeos de abuso sexual infantil, pornografia envolvendo menores de idade, além de conteúdos de necrofilia, incitação à automutilação entre adolescentes, violência extrema e apologia ao nazismo e ao extremismo ideológico.

A sentença incluiu, portanto, uma série de crimes associados ao discurso de ódio, à exploração sexual de crianças e adolescentes e à violência de gênero. Pelas redes sociais, a deputada Lohanna França celebrou o resultado do julgamento, destacando sua importância, mas fez um alerta sobre a persistente impunidade nesses casos.

“Apesar de saber que isso é uma decisão muito importante, que deve ser celebrada, eu sei que existem muitos outros aguardando suas condenações”, declarou a parlamentar em um vídeo publicado no Instagram. (Com informações da revista Veja)

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