Por Redação do Jornal O Sul | 29 de setembro de 2021
Com uma breve nota divulgada em seu site nesta quarta-feira (29), a direção do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) deu por encerrado o mais recente surto de coronavírus que atingiu uma das unidades de tratamento da instituição. A onda de casos, totalizando dez funcionários, havia sido notificada às autoridades exatamente duas semanas antes.
“O Hospital de Clínicas de Porto Alegre informa que o surto em uma unidade do CTI Covid, que foi comunicado à Vigilância Sanitária em 15 de setembro, está encerrado. Não há outros surtos ativos no hospital”, resumiu o comunicado, referindo-se ao fato de não terem sido registradas novas ocorrências nos últimos 14 dias – tempo que indica com segurança que o risco está afastado.
Desta vez, todos os contagiados foram pessoas do sexo feminino. Uma das mulheres precisou de internação em unidade de terapia intensiva, sendo posteriormente transferida para leito de enfermaria.
Antes disso, outras unidades do complexo, localizado na confluência dos bairros Santana e Petrópolis, também enfrentaram surto da doença. Somando-se as confirmações em uma ala administrativa, um setor de internação hospitalar e a creche dos filhos de trabalhadores do HCPA, foram 19 casos (13 pacientes e seis funcionários).
Além do Clínicas, registraram surtos da doença em Porto Alegre os hospitais Nossa Senhora da Conceição (Zona Norte), Santa Ana e Vila Nova (ambos na Zona Sul).
Preocupação global
Desde o começo da pandemia, em março do ano passado, já foram registradas no Rio Grande do Sul dezenas de ondas de casos de covid, com centenas de perdas humanas. Somente em agosto deste ano, a Secretaria Estadual da Saúde e autoridades municipais monitoravam ao menos 15 situações desse tipo.
O problema não é exclusivo de hospitais, já que atinge também asilos, escolas, penitenciárias e empresas, dentre tantos outros ambientes. Um relatório divulgado recentemente pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alerta que os surtos de coronavírus provavelmente continuarão a ser registrados nos próximos meses no continente.
“O curso da pandemia da covid nas Américas permanece muito incerto”, sublinha o documento, enviado aos governos da região. A entidade considera “preocupante” a situação, sobretudo no que se refere às desigualdades no acesso à vacina na América Latina e Caribe.
A Opas também observa que os países continuam relatando “interrupções persistentes de diversos graus” na prestação de serviços essenciais de saúde: “Um cenário possível é que, ainda em 2022, esses países ainda enfrentem surtos localizados, principalmente em instituições, áreas ao redor de cidades densamente povoadas e ambientes rurais”.
(Marcello Campos)
