Terça-feira, 30 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 9 de outubro de 2021
A tradicional vida noturna de Barcelona e Ibiza, na Espanha, volta lentamente à normalidade com a reabertura de baladas para visitantes completamente vacinados contra a Covid-19, informaram na semana passada as autoridades regionais.
Os estabelecimentos da Catalunha (cuja capital é Barcelona) e das Ilhas Baleares (onde fica Ibiza), duas das regiões mais turísticas do país, vão reabrir as suas portas a partir deste fim de semana para quem apresentar o passe de saúde (leia mais sobre o documento adiante).
A reabertura, no entanto, está vinculada a algumas normas:
— capacidade máxima de 75% (nas Baleares) e 70% (na Catalunha)
— uso obrigatório de máscara, exceto para comer e beber
— apresentação do passe sanitário
— bebida não será permitida na pista de dança
Passe sanitário
Na Espanha, cada região autônoma – parecida com um Estado no Brasil – tem leis específicas para o controle e combate à pandemia, e pode decidir por emitir ou não passes sanitários.
Tanto na Catalunha como nas Baleares, o governo regional emite o documento para pessoas que já tomaram duas doses da vacina ou para pessoas que apresentarem teste negativo para a doença.
O passe sanitário deve ser apresentado na entrada da balada – e é exigido para bares e karaokês, por exemplo – e pode ser usada tanto sua versão impressa, como digital.
Vacinação
A Espanha tem despontado como um dos países mais avançados em sua campanha de vacinação, com 87,4% de sua população maior de 12 anos com o esquema completo.
Em comparação com a população total do país, com cerca de 47 milhões de habitantes, cerca de 79,6% pessoas receberam ao menos uma dose e 77,6% as duas ou dose única.
O país europeu chegou a ser considerado o epicentro da doença durante a primeira onda da pandemia, em março e abril de 2020, registrando quase mil mortes diárias por semanas.
Rave da vacina
Em Berlim, na Alemanha, uma fila parecia a entrada normal de um dos clubes badalados da capital (antes da pandemia). Havia muita roupa preta e jovens falando espanhol, inglês e pouco alemão. A espera durava cerca de meia hora. Só que essa balada em Kreuzberg, zona boêmia da capital alemã, era diferente. Tratava-se de uma fila para uma festa de vacinação. Foi o período de agosto das “longas noites de vacinação”, festas de vacina com DJ.
Para vacinar mais jovens e estrangeiros que moram na cidade e driblar a falta de vontade de muitos de se vacinarem, o governo da capital, junto com a Cruz Vermelha e a Club Commission (associação de donos de clubes da cidade) abriu a Arena Berlim (um espaço de shows que virou centro de vacinação na pandemia) das 20h à meia-noite para quem quisesse se vacinar sem ter marcado. Era chegar, esperar e entrar. Dentro, DJs discotecavam com som e iluminação profissionais.
O clima era de clube mesmo. Mas a festa (depois de ter se vacinado) durava cerca de meia hora. Detalhe: os DJs escalados entendiam como a vacinação funcionava, porque, como muitos artistas de Berlim, trabalharam nos centros de vacinação durante a pandemia, já que os clubes estavam fechados.
O modelo deu certo. Mais de 400 pessoas foram vacinadas na primeira noite. Na porta da balada, a senadora da saúde de Berlim, Dilek Kalayci, explicava o evento para jornalistas. “Berlim pode se vacinar e dançar ao mesmo tempo”, disse. Um bom exemplo para o planeta todo.