Quarta-feira, 05 de novembro de 2025

Ibovespa fecha com leve alta; Dólar cai a R$ 5,47, devolvendo ganho da véspera após impasse entre Brasil e Estados Unidos

O Ibovespa encerrou em leve alta nesta quarta-feira (20), após a forte queda de terça-feira: alta de 0,17%, aos 134.666,46 pontos, um ganho pequeno de 234,20 pontos, após perder quase 3 mil pontos na terça.

O dólar comercial também se acomodou e recuou 0,48%, a R$ 5,473, após a ampla alta vista na terça. E os DIs (juros futuros) caíram por toda a curva. O ganho foi mais uma correção do que um fato concreto. É um alívio, não uma esperança. Porque ninguém está muito iludido: o quadro político ainda não mudou na relação EUA e Brasil. Uma relação que praticamente inexiste, como mostra bem evento cancelado pelos EUA que aconteceria com a FAB.

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, inclusive concorda com a situação complicada que o setor bancário brasileiro está colocado e que foi justamente a causa da derrota acachapante do Ibovespa na terça-feira.

Em entrevista à Reuters, reconheceu que a atuação da Justiça dos EUA em relação aos bancos brasileiros que têm operações nos EUA “é da aplicação da lei norte-americana. Agora, da mesma forma, se os bancos resolverem aplicar a lei internamente, eles não podem. E aí eles podem ser penalizados internamente”. Para ele seria preciso que a lei de lá fosse validada por cá, através de um processo legal.

Os bancos subiram (bem pouco, mas subiram), como correção e como compreensão, como a de Moraes, de que as coisas vão se assentar: BB (BBAS3) ganhou 0,30%; Bradesco (BBDC4) avançou 0,32%; Itaú Unibanco (ITUB4) ficou com mais 0,06%; e Santander (SANB11) subiu com mais amplitude, 2,08%.

Dólar

Os movimentos do real nesta sessão tiveram como base ajustes realizados por agentes financeiros depois da enorme aversão ao risco demonstrada na terça-feira, que fez a divisa dos EUA saltar mais de 1% frente à moeda brasileira, cravando o maior patamar em duas semanas, a R$ 5,50.

Os receios do mercado partiram de uma decisão de Dino na segunda que determinou que cidadãos brasileiros não podem ser afetados em território nacional por leis estrangeiras relacionadas a atos cometidos no Brasil.

A decisão de Dino não dizia respeito diretamente à disputa recente entre Brasil e EUA, mas, na prática, indicou que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, não pode sofrer as consequências da imposição por Washington de sanções econômicas com base na Lei Magnitsky.

A reação dos investidores no pregão anterior foi negativa, diante da percepção de que a decisão de Dino dificultava as tentativas do governo brasileiro de negociar a tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos do país.

Os agentes também passaram a temer que uma resposta norte-americana à decisão possa afetar a operação de instituições financeiras brasileiras que descumpram as sanções dos EUA a fim de evitar uma potencial reação do STF.

“O mercado sempre tenta se antecipar ao futuro, então uma única notícia pode gerar um movimento muito forte. Hoje já vejo mais um arrefecimento, com retorno de fluxo, mas não no mesmo patamar”, afirmou Vitor Oliveira, sócio da One Investimentos.

Sobre o assunto, investidores ainda avaliaram comentários de Moraes em entrevista exclusiva à Reuters, em que confirmou que tribunais brasileiros podem punir instituições financeiras nacionais que bloquearem ou confiscarem ativos domésticos em resposta a ordens norte-americanas.

Já no cenário externo, as divisas emergentes receberam um impulso vindo dos preços mais altos do petróleo, produto importante da pauta exportadora de muitos desses países, conforme os mercados reagem à perspectiva de uma resolução para a guerra na Ucrânia.

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