Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 14 de abril de 2025
A economia brasileira ficou estagnada em fevereiro de 2025 quando comparada ao mês anterior (alteração de 0,0%), segundo a leitura do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada nessa segunda-feira (14). Apesar dessa estabilidade no curto prazo, em relação a fevereiro de 2024 houve um crescimento de 2,7%. Já a taxa acumulada nos últimos 12 meses ficou em 3,1%, indicando uma expansão moderada da atividade econômica ao longo do período.
A coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, apontou que, embora alguns setores tenham apresentado desempenho positivo, o conjunto da economia perdeu força por conta da queda em áreas-chave do Produto Interno Bruto (PIB), além da estagnação em outros segmentos.
“Os crescimentos registrados na indústria e nos investimentos são compensados por retrações no consumo, na agropecuária e nas exportações. O setor de serviços, por sua vez, ficou estagnado no mês, tal como o PIB”, afirma Trece no relatório da FGV. Ela destacou que o setor de serviços é o maior componente da economia nacional, o que reforça o impacto da sua paralisação sobre o resultado geral.
Mesmo diante de um cenário considerado desafiador, com incertezas no ambiente externo e uma tendência de alta da taxa de juros interna, a coordenadora ressalta que “a economia brasileira não registrou retração”, o que é visto como um sinal positivo de resiliência em meio às dificuldades.
A análise dos componentes da demanda revela que o consumo das famílias cresceu 2,7% no trimestre móvel encerrado em fevereiro. Esse tipo de série trimestral é utilizado na análise por apresentar menor volatilidade do que as variações mensais ajustadas sazonalmente. Contudo, mesmo com esse crescimento, o consumo vem mostrando sinais de desaceleração desde o trimestre móvel encerrado em novembro de 2024. A FGV identificou redução do ritmo em todas as categorias de uso.
Em relação aos investimentos, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou crescimento expressivo de 8,2% no mesmo trimestre. Apesar do bom desempenho recente, esse indicador também segue uma tendência de desaceleração desde o terceiro trimestre do ano passado.
Na balança comercial, as exportações caíram 2,8%, pressionadas pelo desempenho negativo dos produtos agropecuários e da mineração. Em contrapartida, as importações subiram 15,2% no trimestre, revertendo uma trajetória de queda. Esse avanço foi impulsionado especialmente pelas compras de bens de capital, com destaque para plataformas de exploração de petróleo. (Com informações do jornal Valor Econômico)