Quarta-feira, 24 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 23 de setembro de 2025
O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas repercutiu na imprensa internacional. Em sua fala, o líder brasileiro abordou temas como as guerras em Gaza e na Ucrânia, defendeu o multilateralismo e enfatizou a soberania nacional. O discurso, com cerca de 15 minutos, também criticou sanções unilaterais e a ingerência externa na política de nações soberanas.
A forma como a imprensa estrangeira analisou a intervenção de Lula na ONU revela diferentes perspectivas sobre o papel do Brasil. O jornal americano The New York Times destacou o tom “duro” do chefe de Estado brasileiro. A publicação interpretou o discurso como uma defesa do sistema judicial brasileiro, mencionando a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No Reino Unido, o jornal The Guardian noticiou que Lula “lançou uma defesa apaixonada da democracia de seu país”. A matéria ressaltou que a recente declaração de inelegibilidade de seu antecessor demonstrou como os sistemas democráticos podem atuar para conter aspirantes a autocratas. O veículo mencionou ainda uma referência “inconfundível, mas indireta” no discurso de Lula ao governo de Donald Trump, que o jornal interpretou como uma crítica à suposta tentativa de influência em questões internas do Brasil.
O jornal espanhol El País destacou que, sem citar países ou nomes, o presidente Lula abordou a questão da soberania. Segundo a publicação, o líder brasileiro criticou o fato de que “ataques à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais se tornaram a norma”. Essa análise ressaltou a habilidade de Lula em usar a diplomacia para entregar uma mensagem que ecoa as preocupações de nações em desenvolvimento.
Na América do Sul, o jornal argentino Clarín notou a “forte defesa da democracia” de Lula, vista como uma resposta ao avanço do autoritarismo global. O jornal também destacou a firmeza do presidente em relação ao conflito no Oriente Médio, citando a declaração: “Nada justifica o atual genocídio em Gaza”. O Clarín ressaltou que, com essa declaração, o presidente deixou clara a posição de seu país em relação à ofensiva de Israel, que teve início após o massacre cometido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. A fala foi interpretada como um sinal de que o Brasil não hesitará em condenar ações que considere desproporcionais.