Quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Inadimplência das famílias do Rio Grande do Sul bate recorde histórico em setembro

O Índice de Inadimplência da CDL Porto Alegre ( Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre) atingiu suas máximas históricas em setembro de 2025. De acordo com a base da Equifax | Boa Vista, entre as pessoas físicas, 35,41% dos adultos do Rio Grande do Sul estão negativados, o que corresponde a mais de 3 milhões de CPFs.

Em Porto Alegre, a taxa alcançou 36,43%, renovando, assim como no caso estadual, o maior patamar da série iniciada em 2022. No confronto com agosto, houve crescimento de 0,32 ponto percentual e de 0,26 ponto percentual, respectivamente.

De acordo com a Assessoria Econômica da CDL POA, o aumento da inadimplência reflete, em parte, o esgotamento dos recursos extraordinários injetados após as enchentes de maio de 2024, além do impacto dos juros elevados, que hoje registram taxa real de 10,35% ao ano. A inflação acima de 5% desde fevereiro, especialmente em alimentos e serviços, também pressiona o orçamento das famílias.

“A escalada da inadimplência das famílias é consistente com o cenário macroeconômico adverso. O espaço dentro dos respectivos orçamentos vem sendo comprimido por custos de financiamento bastante altos e pela inflação ainda persistente. Embora exista a expectativa de cortes na taxa Selic a partir do início de 2026, os efeitos sobre o alívio das dívidas tendem a ser lentos, dada a defasagem da política monetária. O cenário só não é pior no curto prazo graças ao aquecimento do emprego e às medidas de incentivo à demanda da União”, avalia o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank.

Empresas também enfrentam dificuldades

No mesmo período, o indicador de inadimplência de pessoas jurídicas também quebrou recordes. No Rio Grande do Sul, 16,37% dos CNPJs estavam negativados em setembro, o que corresponde a aproximadamente 255 mil empresas. Em Porto Alegre, o percentual chegou a 17,36%, representando cerca de 44 mil companhias com restrições ao crédito.

“Diversos empreendedores recorreram a empréstimos para atravessar a pandemia e, mais recentemente, para lidar com as consequências das enchentes de 2024. Com o fim dos períodos de carência e o peso dos juros elevados, muitos não estão conseguindo honrar os compromissos. As incertezas econômicas, tanto do ponto de vista externo quanto fiscal, e os custos pressionados agravam o quadro”, explica Frank.

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