Quarta-feira, 15 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 15 de outubro de 2025
Após três quedas consecutivas, o ICEI-RS (Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho) voltou a crescer em outubro, alcançando 44,3 pontos, frente aos 42,7 registrados em setembro no RS.
Apesar da alta, o indicador demonstra falta de confiança persistente – resultados abaixo de 50 pontos indicam a predominância de avaliações negativas. A pesquisa foi divulgada pelo Sistema Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), nesta quarta-feira (15).
Para o presidente do Sistema Fiergs, Claudio Bier, apesar do cenário de incerteza econômica, com juros ainda elevados e tarifas sobre produtos exportados para os Estados Unidos, a indústria gaúcha tem se mostrado resiliente à espera da resolução dos impasses entre os governos brasileiro e americano.
“Essa melhora gradual pode ser associada ao início das conversas entre os dois presidentes, uma alternativa que a Fiergs defende desde o início do impasse entre os dois países, mas ainda precisamos avançar muito na retomada das vendas externas e nos entraves do Custo Brasil”, afirmou.
Os demais componentes do estudo também apresentaram avanço em relação a setembro, mas continuam abaixo da linha de 50 pontos. O Índice de Condições Atuais subiu 1,5 ponto, passando de 38,9 para 40,4. Na prática, o resultado mostra que as condições dos negócios seguem piorando – cenário que se repete desde novembro de 2024.
O Índice de Condições da Economia Brasileira atingiu 34,7 pontos, dois pontos acima de setembro, mas segue como o componente de pior desempenho. Em outubro, 55,5% dos empresários avaliaram que a economia nacional piorou (ante 57,3% em setembro), enquanto apenas 2,2% perceberam melhora (1,3% em setembro). Nesse contexto, a situação ainda se deteriora, embora o Índice de Condições das Empresas também tenha avançado de 42 para 43,3 pontos.
Expectativas
As projeções dos industriais para os próximos seis meses ficaram menos negativas em outubro. O Índice de Expectativas passou de 44,6, em setembro, para 46,2 pontos, mantendo-se, porém, abaixo de 50, o que indica pessimismo especialmente em relação à economia nacional.
Segundo a pesquisa, 45,3% dos entrevistados acreditam que a economia brasileira vai piorar no período, contra apenas 6,6% que preveem melhora. Essa diferença mantém o Índice de Expectativas da Economia Brasileira bem abaixo da marca de confiança, ainda que tenha subido de 36,3 para 38,9 pontos.
O pessimismo em relação ao futuro das próprias empresas também diminuiu levemente, refletido na alta do Índice de Expectativas das Empresas, que passou de 48,7 para 49,8 pontos. A pesquisa ouviu 137 indústrias entre os dias 1º e 10 de outubro, sendo 34 de pequeno porte, 43 médias e 60 grandes.