Sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Inflação na Argentina vai a 1.9% em julho e registra o nível mais baixo no acumulado do ano

A taxa de inflação mensal da Argentina subiu em julho para 1,9%, em linha com as estimativas, enquanto a taxa anual, que já foi de três dígitos, caiu para seu nível mais baixo desde 2020, segundo dados oficiais divulgados nessa quarta-feira (13).

Julho marca o terceiro mês consecutivo com inflação mês a mês abaixo de 2%, uma tendência que não era registrada desde novembro de 2017, escreveu o ministro da Economia argentino, Luis Caputo, nas redes sociais após a divulgação.

Analistas consultados pela LSEG haviam projetado uma inflação mensal de 1,8%. Em junho, a taxa mensal subiu para 1,6% após cair para uma mínima de cinco anos de 1,5% em maio. Neste ano, a variação acumulada no país é de 17,3%.

Já o acumulado nos últimos 12 meses caiu para seu nível mais baixo desde dezembro de 2020, de acordo com dados da LSEG. Os preços subiram 36,6% nos 12 meses até julho, desacelerando em relação à taxa de 39,4% do mês anterior e em linha com a taxa de 36,6% prevista pelos analistas.

Para comparação, a inflação oficial no Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,26% em julho, e de 5,23% no acumulado de 12 meses.

Na Argentina, categorias como lazer (4,8%), transportes (2,8%) e restaurantes (2,8%) lideraram as altas no preço no mês passado, quando o peso caiu mais de 12% em relação ao dólar, o pior desempenho desde a desvalorização da moeda que o presidente Javier Milei promoveu no início de seu mandato.

Economistas do FMI (Fundo Monetário Internacional) estimam que a inflação argentina termine este ano em 27%, queda expressiva em relação aos 117,8% do ano passado.

O combate à inflação é uma das principais bandeiras de Milei e uma das maiores razões que o fizeram derrotar o ex-ministro da Economia, Sergio Massa, em 2023. O ultraliberal tomou posse em 10 de dezembro daquele ano, quando a inflação acumulada alcançou 211,4%.

Acordo com o FMI

A melhora nos indicadores econômicos fez com que Milei alcançasse, em 11 abril, um acordo de US$ 20 bilhões em empréstimos junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A primeira parcela, de US$ 12 bilhões, foi disponibilizada ao país poucos dias depois.

O repasse dos recursos representa um voto de confiança do fundo internacional no programa econômico do presidente argentino. Os valores anunciados se somam a dívidas antigas do país junto ao FMI, que já superavam os US$ 40 bilhões.

Nesse cenário, reduzir a inflação é fundamental para o governo do líder argentino, que deseja eliminar completamente os controles de capitais que prejudicam os negócios e os investimentos. Para isso, Milei quer que a inflação permaneça abaixo de 2% ao mês.

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