Segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Insatisfação com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, leva aliados a pedir que a Casa Civil entre na articulação política

Parlamentares da base do governo, de partidos como MDB, PSD e do próprio PT, têm dito nos bastidores que o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, está sobrecarregado na articulação política para atender a todas as demandas do Legislativo. Eles sugerem que ele conte com a ajuda do ministro da Casa Civil, Rui Costa, ainda que provisoriamente.

Interlocutores de Costa, por sua vez, descartam essa possibilidade. Eles dizem que o ministro precisa viabilizar a entrega de programas cobrados por Lula. Ponderam que o chefe da Casa Civil tem atuado apenas pontualmente junto ao Congresso para negociar alterações no projeto de lei (PL) do marco do saneamento e evitar uma derrota para o governo.

Costa mantém reuniões com o relator do novo marco do saneamento, o deputado Fernando Monteiro (PPPE). Os dois devem conversar novamente nesta terça-feira (2).

Integrantes do governo já admitem que a dificuldade em formar base e a eventual criação de CPIs no Congresso podem atrapalhar a tramitação de propostas importantes para a gestão Lula, como a reforma tributária.

Aliados reclamam de promessas não cumpridas pelo Planalto em relação à distribuição de cargos e emendas. A crítica vem tanto daqueles que já integram o governo como dos que são cortejados para embarcar. Para o Republicanos, que se declara como independente, foram prometidas, em março, as vagas na Codevasf na Paraíba e em Pernambuco, algo que não se confirmou até agora.

Articulação

Às portas de o Congresso votar projetos decisivos do governo Lula em meio ao funcionamento de CPIs, o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) avalia que a relação do Planalto com o Parlamento não é de “satisfação boa”. Ele promete trabalhar a favor das propostas econômicas, prevê uma “guerra de narrativas” na CPMI dos Atos Extremistas e projeta que outros políticos de direita não errarão tanto quanto Jair Bolsonaro (PL).

Em sua avaliação, o ex-presidente é melhor cabo eleitoral do que candidato. Além disso, Lira critica a articulação política do governo; defende emendas do relator, reguladas pelo Supremo Tribunal Federal; e garante que não vai “sacanear” o Planalto.

Sobre o ministro das Relações Institucionais, Lira avalia que ele tem tido dificuldades:

“Um sujeito fino e educado, mas que tem tido dificuldades. Não tem se refletido em uma relação de satisfação boa. Talvez a turma precise descentralizar mais, confiar mais. Se você centraliza, prende muito. Há muita dificuldade, talvez pelo tempo que o PT passou fora do poder.”

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