Sábado, 23 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 22 de agosto de 2025
Pesquisadores da Universidade Esportiva de Harbin, na China, descobriram que fazer ioga de alta intensidade, duas vezes por semana, por 30 minutos, pode ser um remédio eficaz para a falta de sono — melhor até mesmo do que caminhadas, treinamento de resistência, exercícios combinados, exercícios aeróbicos ou exercícios tradicionais chineses, como o tai chi.
O estudo é uma meta-análise de 30 ensaios clínicos randomizados, conduzidos em mais de meia dúzia de países, envolvendo mais de 2,5 mil participantes com distúrbios do sono em todas as faixas etárias, desde jovens adultos até idosos. Os dados apontam que a prática regular de ioga de alta intensidade teve um impacto mais consistente e significativo na melhora do sono em comparação com outros tipos de atividades físicas.
Caminhar foi a segunda melhor forma de atividade física no ranking da análise, seguida pelos exercícios de resistência, como musculação leve a moderada. No entanto, os efeitos positivos mais expressivos nessas modalidades foram observados apenas entre 8 e 10 semanas após o início da prática, o que indica que os benefícios podem demorar mais para se manifestar em comparação à ioga.
Os pesquisadores, entretanto, ressaltam que é difícil categorizar com precisão a intensidade de certos exercícios, já que isso pode variar significativamente de acordo com a técnica aplicada e o nível de condicionamento físico do praticante. A própria meta-análise não conseguiu explicar com exatidão por que a ioga se mostra particularmente benéfica para o sono, mas os especialistas propõem algumas hipóteses plausíveis.
Segundo os cientistas envolvidos no estudo, o exercício físico em geral não apenas eleva a frequência cardíaca e ativa a musculatura, como também desempenha um papel fundamental na regulação da respiração. Pesquisas anteriores indicam que o controle respiratório pode ativar o sistema nervoso parassimpático — responsável por funções de “descanso e digestão” — promovendo relaxamento e facilitando o adormecer.
Além disso, alguns estudos sugerem que a ioga influencia os padrões de atividade das ondas cerebrais, o que poderia favorecer um sono mais profundo e restaurador.
“Deve-se ter cautela ao interpretar resultados de estudos sobre distúrbios do sono, dado o número limitado de estudos incluídos e as características únicas da população com distúrbios do sono”, alertam os pesquisadores da Universidade Esportiva de Harbin.
Uma outra meta-análise, publicada em 2023, descobriu que exercícios aeróbicos ou de intensidade média realizados três vezes por semana também são bastante eficazes para melhorar a qualidade do sono em pessoas com insônia ou dificuldades para dormir.
Ou seja, embora evidências robustas indiquem que exercícios físicos em geral são benéficos para a saúde do sono, ainda faltam estudos comparativos que analisem diferentes modalidades e seus efeitos a longo prazo de forma mais detalhada. (Com informações do jornal O Globo)