Sábado, 12 de julho de 2025

INSS apura “fraude da fraude” em respostas de entidades após contestação de beneficiários

Os casos de descontos indevidos em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), realizados por associações e sindicatos, podem ganhar um novo capítulo. O INSS apura a ocorrência de uma possível “fraude da fraude”, em que entidades teriam utilizado documentos fraudados para justificar a legalidade dos procedimentos, informou o presidente do órgão, Gilberto Waller Junior.

Quando o segurado contesta um desconto não autorizado, a informação é encaminhada à entidade responsável. Ela tem até 15 dias úteis para apresentar documentos que comprovem a autorização do beneficiário ou, então, providenciar a devolução dos valores ao governo federal.

Mas, INSS, Dataprev e Controladoria-Geral da União (CGU) investigam indícios de que algumas entidades teriam utilizado documentos fraudulentos nessa resposta.

“Verificar se há a fraude da fraude. Se abrindo a possibilidade para que aquela instituição juntasse documento, se aquele documento juntado também é fraudado. Há algumas situações que há indícios de fraude, de contratação de software, de falsificação de assinatura, de juntada de documentação em padrão não autorizado como gravação de voz”, explicou o presidente do INSS.

Após receber a informação da contestação, caso a entidade apresente documentos alegando que houve autorização do beneficiário, o segurado será notificado e poderá concordar ou apresentar uma nova contestação. Segundo o INSS, as entidades já apresentaram documentos em 769 mil pedidos de contestação, que seguem em análise.

Se a associação ou sindicato não conseguir comprovar a autorização nem devolver os valores descontados, o caso será encaminhado à Advocacia-Geral da União (AGU), que adotará as medidas judiciais cabíveis para cobrança.

Segundo o INSS, foram propostas parcerias com as Defensorias Públicas dos Estados para oferecer apoio jurídico aos beneficiários afetados.

Ressarcimento

A partir desta sexta-feira (11), aposentados e pensionistas do INSS afetados com descontos indevidos podem aderir ao acordo de ressarcimento proposto pelo governo.

O acordo permite que aqueles que sofreram descontos indevidos entre março de 2020 e março de 2025 recebam o valor de volta sem precisar entrar na Justiça. Quem está apto a aderir ao plano de ressarcimento são beneficiários que fizeram a contestação dos descontos e não receberam resposta das entidades.

É necessário aceitar a proposta pelo aplicativo Meu INSS ou presencialmente nas agências dos Correios. A adesão é gratuita e não é preciso enviar documentos adicionais, segundo o governo.

Veja o passo a passo:

– Acesse o aplicativo Meu INSS com CPF e senha;
– Selecione “Consultar Pedidos” e selecione “Cumprir Exigência” em cada pedido (se houver mais de um);
– Role a tela até o último comentário, leia com atenção e selecione “Sim” no campo “Aceito receber”;
– Selecione “Enviar”.

Após a adesão, o valor será depositado automaticamente na conta onde o aposentado ou pensionista já recebe o benefício previdenciário. Os pagamentos começam no dia 24 de julho, com lotes diários até que todos os casos sejam concluídos. O valor será pago em parcela única.

O pagamento seguirá a ordem cronológica da adesão ao acordo, ou seja, aqueles que aderirem primeiro ao acordo vão receber primeiro.

Até o momento, o INSS recebeu 3,8 milhões de contestações (97,4% dos pedidos abertos). Cerca de 3 milhões dos casos (81%) ficaram sem resposta das entidades associativas.

Isso equivale a 1,8 milhão de beneficiários aptos a aderir ao acordo porque, em alguns casos, pode ter sido feito mais de um pedido por pessoa. “A nossa expectativa é concluir, já no primeiro mês, o pagamento de todos os casos que estiverem aptos a receber”, afirmou o presidente do INSS, Gilberto Waller.

 

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