Domingo, 28 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 27 de setembro de 2025
Integrantes da cúpula do Senado acenderam um sinal de alerta após os atritos gerados na última semana com a Câmara dos Deputados por causa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, de acordo com informações do Estadão/Broadcast. A avaliação é que é necessário redobrar a atenção na comunicação e reforçar a articulação entre as duas Casas para evitar novos desgastes.
Senadores negam ter havido uma “traição” do Senado com a Câmara, sob o argumento de que não haveria um acordo explícito de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) de pautar a PEC. Dizem que a situação causou ruído e é preciso evitar episódios semelhantes, ainda mais às vésperas de votações importantes, como a da redução de penas para os condenados por golpe e a do projeto do governo para ampliar a isenção do Imposto de Renda.
Integrantes da cúpula do Senado acreditam ainda que é necessário se adiantar a temas previstos, como a repercussão das conversas entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil e Donald Trump, dos Estados Unidos, já que o resultado poderá impactar os ânimos do Congresso Nacional.
Na semana passada, a Câmara aprovou a PEC da Blindagem para dificultar a abertura de ações contra parlamentares. O texto se mostrou impopular, e o Senado o arquivou na última quarta-feira (24), com direito a uma série de discursos contrários dos senadores.
Constrangimento
O arquivamento acarretou constrangimento para a Câmara, que reclamou ter ficado sozinha com o ônus da impopularidade do projeto. Deputados reclamam que Alcolumbre descumpriu um acordo com Motta para dar celeridade ao texto. Perguntado se havia conversado com Motta após a votação, Alcolumbre respondeu: “Converso com ele muitas vezes por dia”.
Na quinta (25), o presidente da Câmara negou haver “sentimento de traição” em relação à PEC. Ele afirmou que respeita a posição dos senadores. Motta afirmou, porém, que o Sendo estava ciente das “movimentações” da Câmara em relação ao tema.
Segundo a Coluna do Estadão, a “guerra fria” entre Câmara e Senado tende a beneficiar o governo Lula ao travar o “PL da Dosimetria” (antigo projeto de anistia) e também ao acelerar a votação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. (Com informações de O Estado de S. Paulo)