Sexta-feira, 05 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 5 de dezembro de 2025
A temporada do Inter reúne praticamente todos os elementos que se costuma chamar de “cartilha do rebaixamento”. De decisões equivocadas da direção a problemas dentro e fora de campo, o clube gaúcho chega à última rodada do Campeonato Brasileiro com 41 pontos, na 18ª colocação, sem depender apenas de si para permanecer na Série A.
No domingo (7), o Colorado enfrenta o Bragantino, no Beira-Rio, precisando vencer e torcer por dois de quatro resultados paralelos. O desafio é grande: em 37 rodadas, o time conquistou apenas 10 vitórias.
A instabilidade no comando técnico é um dos pontos mais evidentes. Em 2025, o Inter já teve três treinadores: Roger Machado, substituído pela dupla Ramón e Emiliano Díaz, e, por fim, Abel Braga, que assumiu por apenas dois jogos.
Nos cinco anos de presidência de Alessandro Barcellos, foram oito demissões de técnicos — média de 1,6 por ano. A gestão Barcellos acumulou dificuldades financeiras e administrativas. Houve atrasos em vencimentos de jogadores, pagamentos a clubes e até fornecedores. Além disso, episódios como a “chuva de papel picado” contra o Flamengo na Libertadores resultaram em demissões de funcionários sem envolvimento direto nas decisões.
As contratações de peso também não corresponderam. Enner Valencia e Rafael Borré, centroavantes de hierarquia e selecionáveis, marcaram juntos apenas 15 dos 83 gols do ano. Alan Patrick, que começou bem a temporada, caiu de rendimento junto ao restante da equipe. Promessas como Victor Gabriel e Ricardo Mathias não evoluíram como esperado.
Embora não haja um racha declarado, pelo menos dois jogadores estariam isolados do grupo: Bernabei e Carbonero. Com problemas técnicos, administrativos e de vestiário, o Inter chega à última rodada em situação dramática. A permanência na Série A depende não apenas de uma vitória contra o Bragantino, mas também de uma combinação de resultados.