Domingo, 28 de setembro de 2025

Intervalo entre vacinas contra o coronavírus e a gripe pode acabar; entenda

O Ministério da Saúde publicou a nota técnica nº 1203/2021, que acaba com o intervalo entre a aplicação das vacinas contra a gripe e contra o coronavírus. A intenção da pasta é facilitar a adesão da população às duas campanhas de vacinação.

“O Ministério da Saúde opta por, neste momento, atualizar as recomendações referentes a coadministração das vacinas covid-19 com as demais vacinas em uso no país para não mais exigir o intervalo mínimo entre as vacinas contra o coronavírus e as demais vacinas em uso no País”, diz o documento.

“Desta forma as vacinas covid-19 poderão ser administradas de maneira simultânea com as demais vacinas ou em qualquer intervalo”, continua a nota, que diz ter sido levado em consideração a “necessidade de ampliação das coberturas vacinais”.

De acordo com o documento, a recomendação se estende também para a administração de imunoglobulinas e/ou anticorpos monoclonais bem como soros heterólogos, à exceção de pacientes que utilizaram anticorpos monoclonais específicos contra o SARS-CoV-2, plasma convalescente ou imunoglobulina específica contra o SARS-CoV-2 – estes devem aguardar 90 dias para receber uma dose de vacina contra covid-19.

A nota diz ainda que “idealmente, cada vacina deve ser administrada em um grupo muscular diferente”, mas que se isso não for possível a aplicação pode ser feita no mesmo grupo, “respeitando-se a distância de 2,5 cm entre uma vacina e outra, para permitir diferenciar eventuais eventos adversos locais”.

A medida havia sido adiantada pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, que afirmou que estudos comprovaram a segurança de se adotar a nova estratégia.

“Essa recomendação foi feita para que o cidadão procure o posto para tomar a segunda dose da vacina da covid-19 e já aproveite que está no posto para também tomar a vacina da gripe”, disse Cruz, na ocasião.

Cultura da vacinação

Levantamento do Ministério da Saúde mostra que o esquema de vacinação para enfermidades que assolaram o país em outras décadas vem sofrendo uma queda significativa e já alcançou os patamares dos anos de 1980.

Para a infectologista e epidemiologista Luana Araújo, os dados são preocupantes, mas ainda não contradizem a cultura de vacinação presente no Brasil. Em entrevista, ela afirmou que a imunização dos adolescentes contra o coronavírus é um exemplo disso.

“Felizmente, os movimentos antivacina não prosperam no Brasil porque temos uma cultura muito forte de vacinação”, afirmou a médica. “Ao mesmo tempo que enaltecemos e aplaudimos a população por manter essa cultura, infelizmente estamos contando só com ela.”

Segundo a especialista, a saúde pública é formada por uma parceria entre governos, gestores e população. “Mas, nesse momento, temos em grande parte do país uma sustentação desse processo vacinal apenas no pilar da população”, disse Luana.

A infectologista também reforçou que a ampla cobertura vacinal no país depende do bom funcionamento do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que, em sua avaliação, está sendo enfraquecido sistematicamente.

“Os últimos eventos que viemos passando mostram que, ao invés de fortalecermos o PNI para que ele consiga esclarecer as pessoas e o profissional de saúde que está lá na ponta, infelizmente estamos enfraquecendo-o”, disse.

Sobre a vacinação de jovens de 12 a 17 anos, retomada na semana passada após suspensão pelo Ministério da Saúde, Luana Araújo ressaltou que os pais não devem temer a imunização dos adolescentes.

“Sabemos hoje que quem é vulnerável é o não vacinado. Vacinar adolescentes é também proteger essa população dos efeitos tardios da covid, que estamos vendo com cada vez mais frequência e pode condenar toda uma geração”, alertou.

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