Por Redação do Jornal O Sul | 7 de outubro de 2025
A partir da próxima semana, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul deverá adotar sua própria metodologia para realização de exames laboratoriais em casos onde houver suspeita de intoxicação por metanol em bebida alcoólica. Os insumos já foram adquiridos e a equipe agora finaliza a padronização de equipamentos e testes, atualmente realizados pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP).
O governo gaúcho garante que a nova estrutura fará do Estado um dos poucos com capacidade própria para esse tipo de diagnóstico. “Nossa equipe já tem experiência em análises toxicológicas e queremos ser referência também nesse tipo de atendimento”, ressalta a titular da pasta, Arita Bergmann.
Os trabalhos estarão a cargo do Centro de Informação Toxicológica do Estado (CIT), vinculado à SES por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). Caberá ao IGP a assessoria técnica.
A Secretaria também está realizando um levantamento junto à rede hospitalar sobre os estoques de etanol farmacêutico, utilizado no tratamento de intoxicações por metanol. Também aguarda o envio de um antídoto específico que está sendo adquirido pelo Ministério da Saúde junto a fornecedores estrangeiros.
Uma das diretrizes a serem adotadas é a de fazer com que o CIT seja o ponto focal no Estado para recebimento de notificações de casos suspeitos pelos serviços de saúde. O atendimento funciona todos os dias da semana, 24 horas por dia, por meio do telefone 0800-7213000, oferecendo inclusive apoio a profissionais de saúde para diagnóstico e orientações sobre o tratamento.
Na última sexta-feira (3), o governo do Estado criou um comitê intersecretarial para acompanhar possíveis casos de bebidas contaminadas por metanol no Rio Grande do Sul. O grupo reúne representantes das pastas da Saúde, Segurança e Agricultura, além do IGP, Cevs, Brigada Militar, Polícia Civil e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Saiba mais
O metanol é uma substância tóxica usada em solventes e produtos químicos, podendo causar danos graves ao fígado, cérebro e nervo óptico — com risco de cegueira, coma e até morte. Seus principais sintomas podem surgir de 12 a 24 horas após sua ingestão:
– Dor abdominal
– Visão alterada
– Confusão mental
– Náusea
Esses sinais podem ser confundidos com os de uma ressaca comum. Por isso, ao identificá-los, a pessoa deve procurar imediatamente atendimento médico em uma unidade de emergência (preferencialmente acompanhada), onde deve informar:
– A bebida alcoólica ingerida.
– Contexto (festa, bar ou evento, por exemplo).
– Horário em que se deu consumo.
– Tipo de bebida.
– Detalhes como presença – ou não – de rótulo na embalagem
(Marcello Campos)
