Sexta-feira, 04 de julho de 2025

iPhone elimina uso dos chips de plástico: traz ganhos ao consumidor, mas dificulta a troca de operadora

Para a Apple, sair na frente com o eSIM é uma forma de prender o consumidor dentro do ecossistema do iPhone. A migração para outras marcas de celulares daria um trabalho adicional de configuração de um novo chip físico de operadora.

A medida é uma das muitas da Apple nesse sentido. Até pouco tempo atrás, não havia como fazer a migração de conversas no WhatsApp para celulares da concorrência e até hoje não há uma integração entre o seu sistema operacional e o do Android, usado por todos os rivais.

Segundo levantamento da consultoria americana Grand View Research, o faturamento global do eSIM passará dos US$ 8 bilhões de 2019 para US$ 26 bilhões em 2027. Em número de linhas ativas, a Juniper Research estima que o uso do eSIM saltará de 1,2 bilhão em 2021 para 3,4 bilhões em 2025.

A demanda será impulsionada pela transição que levará ao fim do chip de plástico das operadoras de telefonia e também pela maior necessidade de conexão de objetos que hoje estão “offline”, como carros e máquinas industriais. Além disso, as máquinas de pagamento também devem acelerar o uso do eSIM nos próximos anos.

Só no ano de 2020, foram produzidos 4,5 bilhões de chips de operadoras. De acordo com estimativa das empresas francesas Thales e Veolia, a transição para opções mais verdes de chips pode resultar em 15 mil toneladas a menos de emissões de CO2 (gás carbônico).

Vantagens e desvantagens

O eSIM também tem vantagens como a maior facilidade de encontrar um smartphone perdido ou roubado, uma vez que não é possível, como hoje, simplesmente remover o chip facilmente. Por outro lado, o consumidor precisará acionar as empresas de telefonia quando quiser trocar de operadora.

Diferentemente do que acontece atualmente, o procedimento de configuração de um chip eletrônico não é tão simples quanto o de um chip físico, que já tem uma jornada simplificada de ativação via serviço telefônico. Ou seja, as empresas precisarão melhorar seus processos de ativação de eSIM para que os consumidores e o mercado corporativo passem a utilizar essa solução mais verde.

Enquanto o eSIM ainda é novidade para os consumidores, empresas e governos já utilizam chips sem operadora definida. Em setores como educação e locação de veículos, por exemplo, os chips universais são comuns para permitir a troca de operadora de telefonia. Com a leitura de um QR Code ou uma configuração manual, o chip passa a funcionar em diferentes serviços. “É como na Fórmula 1, o freio ABS aparece primeiro lá e depois chega às ruas”, afirma Rivaldo Paiva, CEO da BaseMobile, fornecedora de chips universais.

O especialista lembra que a grande maioria dos chips eSIM atuais no País são vinculados a planos pós-pagos, e não pré-pagos, modelo ainda tem mais de 100 milhões de linhas ativas, segundo dados da Anatel.

Para o eSIM se firmar no País, além de ter a aceitação do consumidor e o impulso das operadoras, a tecnologia precisará chegar a telefones mais baratos do que o iPhone. “O desafio é que o eSIM ainda está apenas nos equipamentos mais caros. A tendência é que ele chegue a aparelhos de menor custo”, diz Paiva.

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