Domingo, 07 de dezembro de 2025

Irritação de bancada do partido de Bolsonaro com Michelle vinha de antes da crise com Flávio

O incômodo de deputados do PL com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é antigo e extrapolou para a irritação antes mesmo de ela brigar publicamente com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O descontentamento foi além do considerado aceitável na primeira reunião após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Era segunda-feira depois da ordem de Alexandre de Moraes. Diretores do PL, deputados e senadores encheram um auditório em Brasília para traçar uma estratégia conjunta.

Michelle discursou e deu um pito em um deputado. A atitude da ex-primeira-dama pegou mal por ser vista como uma desnecessária falta de cortesia. A irritação atingiu patamar maior entre a ala bolsonarista raiz.

O parlamentar ofendido foi Gilvan da Federal (PL-ES). A bronca ocorreu por ele ter feito um post criticando a senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

Aliada da ex-primeira-dama, ela fez uma visita à Papuda. Gilvan afirmou que isso indicava que a direita já aceitava que Bolsonaro iria para uma penitenciária.

Na reunião do PL, Michelle falou de pessoas que queriam lacrar e apontou na direção de Gilvan. Ela reclamou que a prisão de Bolsonaro exigia união e usou o deputado como exemplo do que não deveria ser feito.

Procurada, a assessoria de Michelle não se manifestou. O espaço continua aberto em caso de futuro pronunciamento.

Discurso x prática

A bronca em Gilvan e a briga com Flávio destravaram a língua dos deputados do PL. A disputa pública com o senador sobre protagonismo na formação de uma aliança no Ceará encorajou os parlamentares a criticarem Michelle em conversas privadas na Câmara.

A principal reclamação é que ela prega uma coisa e faz outra. Os deputados avaliam que a ex-primeira-dama pede união e obediência às determinações de Jair Bolsonaro, mas alimenta o noticiário ao criticar um acordo do ex-presidente e ao brigar com Flávio.

Não passou despercebido que Michelle tomou esta atitude para defender uma aliada. A ex-primeira-dama minou a aliança do PL com Ciro Gomes (PSDB) para tentar emplacar a candidatura da vereadora Priscila Costa (PL) ao Senado.

A bancada do partido na Câmara ressalta que Michelle põe seus interesses pessoais à frente do partido. Os deputados fazem a acusação apontando um padrão. A bronca em Gilvan da Federa também foi para defender uma aliada, ou seja, a mesmo razão da polêmica no Ceará.

Casos do passado foram lembrados. O mais mencionado foi a ex-primeira-dama publicar um post reclamando que o deputado Zucco (PL-RS) falou que faria um churrasco durante uma visita a Bolsonaro na época que o ex-presidente estava em prisão domiciliar. O parlamentar nunca mais voltou a encontrar Bolsonaro.

Outra vez foi visto como um padrão. Michelle dava uma bronca em um parlamentar bastante alinhado com Bolsonaro na frente de outras pessoas.

Apesar do descontentamento, não há reclamação pública. Os parlamentares não querem bater de frente com a mulher de Bolsonaro, o que pode causar cancelamento junto ao bolsonarismo e sepultar as chances de reeleição. Com informações do portal Uol.

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