Sexta-feira, 26 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 18 de outubro de 2023
O procurador-geral de Israel, Gali Baharav-Miara, e o ministro das Comunicações israelense, Shlomo Karhi, afirmaram nesta quarta-feira, 18, que concordaram em aprovar regulações de emergência que permitiriam o fechamento da empresa de comunicação Al-Jazeera em Israel, que é financiada pelo governo do Catar.
A decisão foi tomada depois que, segundo Israel, a Al-Jazeera transmitiu um vídeo falso de um integrante do grupo terrorista Hamas libertando uma refém israelense e seus dois filhos
Karhi acusou no domingo (15), a Al-Jazeera de propaganda e de expor as tropas israelenses a danos, informou a Reuters. “Essa é uma emissora que propaga informações que são contra os cidadãos de Israel”, apontou o ministro das Comunicações em uma entrevista a rádio do exército israelense.
Não é a primeira vez que Israel tenta fechar os escritórios do meio de comunicação em no país. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu acusou em 2017 a emissora de “incitamento”, informou a BBC na época.
Onda de fake news
Com a escalada do conflito Israel-Palestina, postagens contendo alegações enganosas ou falsas foram amplamente compartilhadas online nos últimos dias.
Um porta-voz do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu compartilhou um vídeo no X que, segundo ele, mostrava o Hamas disparando foguetes contra Israel “de áreas populosas”.
“1/3 desses mais de 250 foguetes caíram dentro da Faixa de Gaza, matando palestinos”, tuitou Ofir Gendelman.
Mas o vídeo é antigo e a filmagem é da Síria, não de Gaza. A gravação foi feita durante uma operação do governo sírio contra grupos rebeldes na cidade de Daraa em 2018.
A rede social rotulou o tuíte como “mídia manipulada”, adicionando links para checagem de fatos confirmando que o clipe era da guerra na Síria. Após críticas, Gendelman deletou o tweet.
Um tuíte amplamente compartilhado afirmava mostrar imagens do grupo militante palestino Hamas deslocando mísseis em uma rua de Gaza. Uma criança também pode ser ouvida falando no vídeo.
O post, de uma conta pró-Israel com base nos EUA, afirma: “Mais uma vez vemos o Hamas usando civis como escudo para assassinar judeus sabendo que Israel não retaliará pelo risco de ferir pessoas inocentes”.
No entanto, o vídeo foi carregado no Facebook em 25 de novembro de 2018, com uma legenda dizendo que foi gravado em Abu Sinã, na Galiléia, em Israel.