Domingo, 21 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 18 de outubro de 2023
As Forças de Defesa de Israel acusaram o grupo extremista islâmico Hamas de inflar o número de vítimas do ataque a um hospital na Faixa de Gaza, que deixou centenas de mortos nessa terça (17), segundo as autoridades palestinas. De acordo com o porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, seria difícil de saber tão rápido.
Segundo o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas, até 500 pessoas morreram no incidente, o que desencadeou protestos na Cisjordânia, outro território palestino, e em todo Oriente Médio e arredores, incluindo Jordânia e Turquia.
Antes da explosão de terça-feira, as autoridades de saúde em Gaza disseram que pelo menos 3.000 pessoas morreram desde o início dos bombardeios de Israel, em 7 de outubro, após o ataque do Hamas às comunidades do sul de Israel, no qual 1.300 pessoas foram mortas e cerca de 200 foram levadas para Gaza como reféns.
O Hamas acusou Israel de ter sido o autor do bombardeio, mas o governo israelense negou e disse que a instituição foi atingida por um foguete do grupo extremista Jihad Islâmica. Militares israelenses divulgaram imagens aéreas da região do hospital antes e depois do ataque, afirmando que não há sinais visíveis de crateras ou danos significativos nos prédios ao redor.
Os israelenses também se defenderam dizendo que os ataques feitos pelas Forças de Defesa de Israel geralmente deixam crateras, citando um bombardeio que deixou uma cratera de 19 metros de diâmetro.
Defesa de Israel
O porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, disse que uma investigação “confirmou que não houve fogo das Forças de Defesa de Israel (FDI) vindo da terra, mar ou ar que atingiu o hospital”. Isso teria sido deduzido pelo inquérito porque não houve danos estruturais nos edifícios ao redor do hospital Al-Ahli al-Arabi, nem uma cratera consistente com um ataque aéreo, ou seja, nenhum “impacto direto”.
Segundo Hagari, o tamanho da explosão era consistente com o combustível não gasto de um foguete pegando fogo. “A maior parte deste dano teria sido causada pelo propulsor, não apenas pela ogiva”, disse ele.
Gravação
O país ainda divulgou uma gravação do que seriam dois operadores do Hamas conversando sobre o ataque ao hospital. No áudio, membros do grupos diziam, segundo os militares israelenses, que o foguete se parece com um artefato da Jihad Islâmica e que o disparo teria vindo de um cemitério perto do hospital.
O governo israelense disse que conduziu uma investigação supervisionada baseada em relatórios de inteligência, sistemas operacionais e imagens aéreas. Os radares israelenses identificaram foguetes que foram lançados por terroristas dentro da Faixa de Gaza no momento em que aconteceu a explosão, afirmaram os militares.
“A análise da trajetória confirma que os foguetes foram disparados nas proximidades do hospital”, continuaram as Forças de Defesa. Israel informou que, no total, 450 foguetes disparados dentro de Gaza desde o início do conflito, no último dia 7, falharam e caíram na região. Os artefatos, de acordo com os militares, teriam atingido os palestinos.