Quarta-feira, 09 de julho de 2025

Janja reabre perfil no Instagram, após ser alvo de ataques misóginos

Quatro meses após tornar privado o seu perfil no Instagram, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, voltou a permitir o acesso público à sua conta na plataforma. A reabertura ocorreu no último sábado (5), enquanto ela acompanhava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma viagem oficial ao Rio de Janeiro, onde aconteceu a cúpula do Brics. O evento reuniu líderes internacionais e marcou mais uma participação conjunta do casal presidencial em compromissos oficiais.

Com 2,4 milhões de seguidores, Janja costuma compartilhar registros do cotidiano ao lado do presidente e bastidores de agendas institucionais, como encontros, reuniões e eventos públicos. Seu perfil se tornou uma das formas mais visíveis de comunicação da imagem do governo, ao mostrar bastidores e interações pessoais do casal presidencial. No entanto, ela vinha sendo alvo constante de críticas por parte de setores da oposição, que questionam sua presença em eventos oficiais e viagens internacionais. Parlamentares chegaram a adotar o apelido pejorativo “Esbanja” para se referir à primeira-dama, acusando-a de extrapolar as funções simbólicas da posição que ocupa.

Em 13 de março deste ano, Janja decidiu restringir o acesso à sua conta após relatar ter sido vítima de “ataques misóginos”. Em nota divulgada à época, ela afirmou que os comentários recebidos nas redes sociais “não são apenas machistas e misóginos, o que, por si só, já seriam abomináveis”, mas também de “teor criminoso, que difamam, caluniam e ameaçam a segurança e a integridade” da primeira-dama. O episódio acendeu o debate sobre o papel das redes sociais no discurso político e sobre os limites do respeito às figuras públicas, especialmente mulheres em posições de destaque.

A decisão de Janja provocou reações públicas de apoio dentro do governo federal. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, classificou os ataques como parte da violência política de gênero. “É inadmissível que as pessoas usem as redes sociais não para o exercício democrático da crítica, o que seria legítimo, mas para exibir seu machismo e misoginia sem nenhum filtro ético, de bom senso ou respeito à dignidade das pessoas”, declarou.

Cida Gonçalves, que à época era ministra das Mulheres, também se manifestou, dizendo que o episódio representava um “dia vergonhoso” e de “retrocessos”. Ela defendeu a necessidade de regulamentação das redes sociais e afirmou que “parlamentares não podem se sentir no direito de cometer violências contra mulheres”. Cida expressou solidariedade a Janja e reforçou a importância de enfrentar o discurso de ódio e o machismo, especialmente durante o mês de março, tradicionalmente voltado à celebração dos direitos das mulheres. (Com informações do jornal O Globo)

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