Quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 31 de janeiro de 2023
Jair Bolsonaro quer vitória de Rogério Marinho (PL-RN) para ocupar a presidência do Senado por acreditar que ele pode dar sequência a seu projeto de enfrentamento às instituições de modo geral e, principalmente, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Na segunda (30), inclusive, em jantar realizado pelo PL, Marinho precisou explicar a ministros do STF que não daria sequência a qualquer pauta golpista de bolsonaristas se for eleito, mas os magistrados mantêm desconfiança pois acreditam que, uma vez presidente do Senado, ele será pressionado por seus pares bolsonaristas.
Atualmente nos Estados Unidos, Bolsonaro participou remotamente do evento por meio de uma chamada de vídeo. Segundo relato obtido pelo blog, o ex-presidente declarou apoio à candidatura de seu colega de partido à presidência do Senado; Marinho, por sua vez, disse sentir falta de Bolsonaro.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também compareceu ao jantar. O blog teve acesso a fotos do encontro, enviadas por participantes e integrantes do PL. Michelle, aliás, declarou apoio a Marinho em post em seu perfil no Instagram.
A eleição deve acontecer na quarta-feira (1º). Além de Marinho e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tenta a reeleição, concorre à presidência o senador Eduardo Girão (Pode-CE).
Reta final
As articulações em torno da eleição para a presidência do Senado se intensificaram às vésperas da votação, marcada para esta quarta-feira (1º).
Algumas manifestações de apoio, inclusive, geram surpresa de parlamentares. É o caso do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE). Vieira integrou a CPI da Covid e se destacou com críticas à condução da pandemia pelo governo de Jair Bolsonaro. Entretanto, o tucano decidiu apoiar o candidato bolsonarista, Rogério Marinho.
“Ao longo dos anos, votei no Lula, fiz oposição a Bolsonaro. Mas, considerando as ações da dupla Pacheco-Alcolumbre, entendo que é preciso evitar a reeleição”, afirmou Alessandro Vieira.
Além de Alessandro Vieira, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), também anunciou apoio ao candidato bolsonarista Rogério Marinho nos últimos dias.
Números inflados
Do outro lado, Rodrigo Pacheco trabalha intensamente pela reeleição e tem feito reuniões presenciais com senadores todos os dias para pedir votos. O senador do PSD tem o apoio de Lula, que também está fazendo ligações e colocou ministros do governo para trabalhar a favor de Pacheco.
Aliados dizem que Pacheco tem 55 votos, margem mais que suficiente para assegurar a reeleição. Já apoiadores de Rogério Marinho contam 43 votos. A conta não fecha porque ultrapassa o número total de 81 senadores e escancara a estratégia dos aliados de inflar números para tentar angariar mais votos.