Por Redação do Jornal O Sul | 11 de maio de 2025
O papa Leão XIV fez uma defesa da fé cristã na homilia de sua primeira missa, na sexta-feira (9), na Capela Sistina, no Vaticano. Segundo o pontífice, o culto à tecnologia, ao dinheiro e ao prazer são alguns dos obstáculos à religiosidade nos tempos atuais. Ele também alertou sobre interpretações distorcidas a respeito de Jesus Cristo.
“Ainda hoje, não faltam contextos nos quais Jesus, embora apreciado como homem, é simplesmente reduzido a uma espécie de líder carismático ou super-homem, e isto não apenas entre os não crentes, mas também entre muitos batizados, que acabam por viver, a este nível, num ateísmo prático”, afirmou o pontífice na cerimônia, acompanhado pelos cardeais.
Segundo Leão XIV, “este é o mundo que nos está confiado e no qual, como tantas vezes nos ensinou o papa Francisco, somos chamados a testemunhar a alegria da fé em Jesus salvador”. O religioso fazia referência a uma passagem do Evangelho de Mateus em que Jesus pergunta a seus discípulos: “Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?”.
Em contraste à “resposta do mundo” sobre quem é Jesus, o pontífice falou do entendimento das pessoas comuns. “Para elas, o nazareno [forma de se referir a Jesus] não é um charlatão: é um homem justo, corajoso, que fala bem e que diz coisas certas, como outros grandes profetas da história de Israel. Por isso, seguem-no, pelo menos enquanto podem fazê-lo sem demasiados riscos ou inconvenientes.”
Mas Leão XIV advertiu que, pelo fato de estas pessoas o considerarem “apenas um homem”, elas, “no momento do perigo, durante a paixão, também o abandonam e vão embora, desiludidas”.
Para o papa, “impressiona a atualidade dessas duas atitudes”. “Ainda hoje não faltam contextos em que a fé cristã é considerada uma coisa absurda, para pessoas fracas e pouco inteligentes; contextos em que em vez dela se preferem outras seguranças, como a tecnologia, o dinheiro, o sucesso, o poder e o prazer”, disse ele, com palavras duras.
“São ambientes onde não é fácil testemunhar nem anunciar o Evangelho, e onde quem acredita se vê ridicularizado, contrastado, desprezado, ou, quando muito, suportado e digno de pena”, acrescentou o pontífice.
Em fala que lembrou as mensagens transmitidas por Francisco, o novo papa ainda defendeu que a Igreja se identifique pela santidade de seus membros, não pela “grandiosidade de seus edifícios”.
A missa, a primeira de Leão XIV como papa, durou cerca de uma hora e meia. Ele falou em latim, inglês e italiano. Após a cerimônia, o pontífice almoçou com cardeais, no último compromisso antes de eles serem liberados para voltar a suas casas. Com informações da Folha de S. Paulo.
