Segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Joe Biden amarga derrota democrata em eleição estadual e mais dificuldades

O Partido Republicano venceu na terça-feira (2) a eleição para governador da Virgínia pela primeira vez em mais de uma década e está no páreo para retomar também o controle de Nova Jersey. A um ano das eleições legislativas que renovarão a Câmara e um terço do Senado, o resultado aumenta ainda mais os problemas do presidente Joe Biden, que retorna a Washington depois de participar da COP26, a conferência da ONU sobre o clima, com a sua agenda ambiental ainda bloqueada por seus correligionários no Congresso.

O novo governador da Virgínia será Glenn Youngkin, um ex-executivo do mercado financeiro que concorria pela primeira vez a um cargo público. A vitória no Estado, onde Biden venceu por 10 pontos percentuais na eleição presidencial do passado, mostra um caminho para os republicanos: para atrair o voto moderado e independente, Youngkin distanciou-se do ex-presidente Donald Trump, mas sem criticar a base trumpista, e explorou as vulnerabilidades democratas.

Com mais de 96% dos votos contabilizados, ele lidera a apuração com 50,7% dos votos, contra 48,6% do ex-governador Terry McAuliffe, que não conseguiu reverter a apatia da base democrata.

Em Nova Jersey, o governador democrata Phil Murphy, foi reeleito, ao vencer por uma margem pequena o relativamente desconhecido republicano Jack Ciatarelli.

Mesmo com a reeleição de Murphy confirmada, as eleições estaduais acendem o alerta para o Partido Democrata no aniversário de um ano do pleito que o levou novamente à Casa Branca. E a um ano da votação em que os republicanos tentarão retomar o controle da Câmara e do Senado, no qual a maioria democrata é hoje de apenas uma cadeira.

Se os republicanos conseguirem assumir o comando de ao menos uma das Casas, terão uma capacidade ainda maior de bloquear a agenda legislativa de Biden nos dois anos finais de seu mandato. Por enquanto, contudo, quem atrapalha os planos do presidente são seus próprios correligionários — em particular o senador Joe Manchin, da Virgínia Ocidental.

Complicações

Manchin, um democrata centrista com fortes elos com a indústria de combustíveis fósseis, continua a bloquear o pacote de investimentos socioambientais da Casa Branca de cerca de US$ 1,75 trilhão, quantia que já representa a metada do valor original proposto por Biden. O valor real da iniciativa, alega Manchin, seria “quase o dobro” do estimado e “uma receita para uma crise financeira”.

Biden, contudo, depende do pacote para custear sua transição para uma economia mais verde, com os maiores incentivos da História americana para o uso de fontes limpas de energia e de carros elétricos. Sem isso, apontam especialistas, os EUA — historicamente os maiores poluidores do planeta —, terão dificuldades para cumprir sua promessa de cortar suas emissões pela metade até 2030 e neutralizá-las até o meio do século.

O plano de Biden era aprovar o plano antes de sua viagem para a COP26: seu objetivo era dar mostrar comprometimento com a causa ambiental, após anos de promessas descumpridas e ações insuficientes. O democrata, no entanto, desembarcou de Glasgow ainda sem perspectiva do sinal verde para sua agenda, incerteza que também trava um pacote de infraestrutura de US$ 1,2 trilhão, cuja aprovação parlamentares da esquerda democrata condicionam aos investimentos socioambientais.

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