Terça-feira, 06 de maio de 2025

Jogador do América-MG é preso em flagrante após injúria racial

O jogador boliviano Miguel Angel Terceros Acuna, conhecido como Miguelito, do América-MG, foi preso em flagrante na noite de domingo (4) suspeito de injúria racial contra o jogador brasileiro Allano Brendon de Souza Lima, do Operário Ferroviário Esporte Clube (Ofec-PR).

Nesta segunda-feira (5), Miguelito teve a liberdade provisória concedida e responderá pelo crime em liberdade. O caso aconteceu durante uma partida da série B do Campeonato Brasileiro de Futebol realizada em Ponta Grossa (PR).

Após receber o relato do caso, o árbitro principal da partida, Alisson Sidnei Furtado, pausou o jogo e executou o “protocolo antirracismo” previsto pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O profissional fez um gesto de X com os braços, em frente ao peito. Com isso, a denúncia de injúria racial deve constar na súmula do jogo.

O procedimento foi implementado pela CBF após recomendação da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa).

A defesa de Miguelito afirma seguir o posicionamento do clube América-MG, que disse estar aguardando os desdobramentos da situação. Presidente do Conselho de Administração do América-MG chamou as acusações de “infundadas”.

O caso aconteceu aos 30 minutos do primeiro tempo. O jogo ficou paralisado por cerca de 15 minutos, e depois Miguelito continuou jogando. Ao final da partida, o jogador foi levado pela Polícia Militar até uma delegacia da Polícia Civil da cidade.

“Após lance de disputa de bola seguido de falta a favor da equipe do Operário Ferroviário, o jogador do América-MG teria proferido a expressão ‘preto do ca**lho’ contra o jogador da equipe paranaense. […] A ofensa racial foi confirmada tanto pela vítima, quanto pelo jogador Jacy, capitão do Operário Ferroviário, que presenciou o ocorrido”, explica o delegado Gabriel Munhoz, responsável pelo caso.

Segundo ele, as imagens da transmissão oficial não captaram a ofensa porque o atleta estava de costas para as câmeras no momento da fala. Entretanto, para ele, os depoimentos foram considerados suficientes para a caracterização do flagrante.

“A Polícia Civil já estabeleceu contato com os canais de transmissão da partida, através do advogado do Operário Ferroviário, para obtenção de possíveis imagens captadas de outros ângulos que possam ter registrado a fala racista”, complementa.

Durante o depoimento à polícia, Miguelito negou que tenha se referido ao outro jogador com expressões racistas. De acordo com o Código Penal do Brasil, a pena máxima prevista para o crime de racismo/injúria racial é de cinco anos de reclusão.

O jogador não passou por audiência de custódia após pedido da defesa, que foi acatado pelo juiz Thiago Bertuol de Oliveira.

De acordo com a decisão que concedeu a liberdade provisória a Miguelito, “mesmo os indícios apontando para a provável prática do delito […] não encontro impedimentos para que possa o flagranteado responder pelo delito em liberdade”.

O documento explica ainda que a liberdade provisória foi deferida pois não há “evidências concretas de que a ordem pública possa ser abalada com a libertação do detido, nem de que este possa vir a se furtar da aplicação da lei penal”.

A investigação segue e o Ministério Público pode denunciar o atleta, configurando ação penal. A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) também pode apresentar denúncia na esfera desportiva.

O caso gerou confusões dentro e fora do gramado do Estádio Germano Krüger, onde estava sendo realizada a partida.

A primeira foi entre os próprios jogadores, como explica o delegado Gabriel Munhoz.

“Logo após a ofensa ter sido proferida, o jogador Alanno já vai pra cima, tenta tomar satisfações com o Miguelito, e inclusive tanto a vítima quanto a testemunha também afirma que logo após o Miguelito perceber que teria falado essa ofensa racista ele tentou desconversar, mas que foi possível ouvir de forma nítida e clara a ofensa racial”, afirma.

Enquanto a partida estava paralisada, torcedores do Operário e do América que estavam atrás do banco também se envolveram em confusões. Segundo o Operário-PR, um torcedor foi identificado por ter jogado um copo nos jogadores do América-MG e foi retirado por policiais militares.

Quando o jogo recomeçou, Allano recebeu cartão amarelo por uma entrada mais forte em Miguelito. O jogador do América-MG foi substituído no intervalo. No final, a partida terminou em 1×0 para o time paranaense. As informações são do portal de notícias g1.

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Jogador do América-MG é preso em flagrante após injúria racial

O jogador boliviano Miguel Angel Terceros Acuna, conhecido como Miguelito, do América-MG, foi preso em flagrante na noite de domingo (4) suspeito de injúria racial contra o jogador brasileiro Allano Brendon de Souza Lima, do Operário Ferroviário Esporte Clube (Ofec-PR).

Nesta segunda-feira (5), Miguelito teve a liberdade provisória concedida e responderá pelo crime em liberdade. O caso aconteceu durante uma partida da série B do Campeonato Brasileiro de Futebol realizada em Ponta Grossa (PR).

Após receber o relato do caso, o árbitro principal da partida, Alisson Sidnei Furtado, pausou o jogo e executou o “protocolo antirracismo” previsto pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O profissional fez um gesto de X com os braços, em frente ao peito. Com isso, a denúncia de injúria racial deve constar na súmula do jogo.

O procedimento foi implementado pela CBF após recomendação da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa).

A defesa de Miguelito afirma seguir o posicionamento do clube América-MG, que disse estar aguardando os desdobramentos da situação. Presidente do Conselho de Administração do América-MG chamou as acusações de “infundadas”.

O caso aconteceu aos 30 minutos do primeiro tempo. O jogo ficou paralisado por cerca de 15 minutos, e depois Miguelito continuou jogando. Ao final da partida, o jogador foi levado pela Polícia Militar até uma delegacia da Polícia Civil da cidade.

“Após lance de disputa de bola seguido de falta a favor da equipe do Operário Ferroviário, o jogador do América-MG teria proferido a expressão ‘preto do ca**lho’ contra o jogador da equipe paranaense. […] A ofensa racial foi confirmada tanto pela vítima, quanto pelo jogador Jacy, capitão do Operário Ferroviário, que presenciou o ocorrido”, explica o delegado Gabriel Munhoz, responsável pelo caso.

Segundo ele, as imagens da transmissão oficial não captaram a ofensa porque o atleta estava de costas para as câmeras no momento da fala. Entretanto, para ele, os depoimentos foram considerados suficientes para a caracterização do flagrante.

“A Polícia Civil já estabeleceu contato com os canais de transmissão da partida, através do advogado do Operário Ferroviário, para obtenção de possíveis imagens captadas de outros ângulos que possam ter registrado a fala racista”, complementa.

Durante o depoimento à polícia, Miguelito negou que tenha se referido ao outro jogador com expressões racistas. De acordo com o Código Penal do Brasil, a pena máxima prevista para o crime de racismo/injúria racial é de cinco anos de reclusão.

O jogador não passou por audiência de custódia após pedido da defesa, que foi acatado pelo juiz Thiago Bertuol de Oliveira.

De acordo com a decisão que concedeu a liberdade provisória a Miguelito, “mesmo os indícios apontando para a provável prática do delito […] não encontro impedimentos para que possa o flagranteado responder pelo delito em liberdade”.

O documento explica ainda que a liberdade provisória foi deferida pois não há “evidências concretas de que a ordem pública possa ser abalada com a libertação do detido, nem de que este possa vir a se furtar da aplicação da lei penal”.

A investigação segue e o Ministério Público pode denunciar o atleta, configurando ação penal. A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) também pode apresentar denúncia na esfera desportiva.

O caso gerou confusões dentro e fora do gramado do Estádio Germano Krüger, onde estava sendo realizada a partida.

A primeira foi entre os próprios jogadores, como explica o delegado Gabriel Munhoz.

“Logo após a ofensa ter sido proferida, o jogador Alanno já vai pra cima, tenta tomar satisfações com o Miguelito, e inclusive tanto a vítima quanto a testemunha também afirma que logo após o Miguelito perceber que teria falado essa ofensa racista ele tentou desconversar, mas que foi possível ouvir de forma nítida e clara a ofensa racial”, afirma.

Enquanto a partida estava paralisada, torcedores do Operário e do América que estavam atrás do banco também se envolveram em confusões. Segundo o Operário-PR, um torcedor foi identificado por ter jogado um copo nos jogadores do América-MG e foi retirado por policiais militares.

Quando o jogo recomeçou, Allano recebeu cartão amarelo por uma entrada mais forte em Miguelito. O jogador do América-MG foi substituído no intervalo. No final, a partida terminou em 1×0 para o time paranaense. As informações são do portal de notícias g1.

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